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08/07/2010 - 00:00

Traficantes se organizam em consórcio para reduzir valor do transporte da droga na região

Por Jornal Oeste

JORNAL EXPRESSÃO Traficantes e fazendeiros que atuam no crime organizado na fronteira estão se consorciando para facilitar o tráfico de droga a baixo custo. Eles estariam formando grupos e dividindo o valor do transporte das cargas que são arremessadas de aeronaves em fazendas da região. É o que aponta um estudo do Serviço Reservado da Polícia Militar, em Cáceres. “Cada um paga uma determinada cota. E, a partir daí, em um único vôo, o piloto faz a distribuição dos entorpecentes lançando das aeronaves nas fazendas” explicou o comandante do 6 Comando Regional Oeste (6º CRO) coronel Cilson Oliveira. O estudo do Serviço Reservado do 6º CRO pode ter procedência. Estatística dos órgãos de segurança, apresentada pelo coordenador do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) procurador Paulo Prado, durante o 2 Encontro de Fronteira, realizado nos dias 10 e 11 de junho em Cáceres, revela que cerca de cinco toneladas de cocaína saem através da fronteira, passando por Cáceres, para abastecer 80% do consumo de drogas no país. Além da extensa faixa de fronteira, de mais de 700 quilômetros, formada por centenas de estradas vicinais, as chamadas “cabriteiras” os traficantes, também estariam usando o rio Paraguai e até aldeias indígenas para estocar e, posteriormente, escoar o entorpecente para o grande centro do país. No dia 2 de junho, em uma operação conjunta as polícias Militar e Federal apreenderam 63 quilos de pasta base de cocaína que se encontrava abandonada próximo a aldeia indígena do “Papagaio”, município de Conquista D´Oeste. O comando do 6º CRO não confirma, mas também não descarta a participação de indígenas no tráfico. Embora revele a existência do consórcio para redução do custo do valor do tráfico de entorpecentes, o comando do 6º CRO não dá maiores detalhes sobre o esquema para não atrapalhar as investigações. Apesar das estatísticas estarrecedoras apresentados pelos órgãos de segurança e os avanços, comprovadamente, dos grupos que atuam na região da fronteira, algumas autoridades ignoram a evolução do crime organizado na região. O então juiz da 3ª Vara Criminal e da Vara de Execuções Penais, Alex Nunes de Figueiredo, foi duramente criticado, por afirmar, publicamente, que por falta de indústrias e estrutura básica, grande parte da economia da cidade teria ligação com o tráfico de drogas e que o município poderia, inclusive, quebrar se acabar totalmente o tráfico de drogas na região.
 
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