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28/06/2010 - 00:00

PMs são investigados por envolvimento em arrombamentos

Por Jornal Oeste

Adilson Rosa A polícia investiga a participação de policiais militares no esquema de arrombamento de caixas-eletrônicos no Estado, que já resultou em 26 terminais cortados e no "lucro" de mais de R$ 1 milhão para as quadrilhas somente neste ano. Pelo esquema, descoberto tanto pela Polícia Civil como pela Militar, os policiais tinham uma participação indireta, fornecendo o melhor horário para que o local fosse invadido, além de, em alguns casos, fornecer o maçarico. Em outras situações, os próprios policiais estariam monitorando o rádio para saber se PMs de plantão estão nas proximidades. O número de policiais investigado está sendo mantido em sigilo. Conforme a polícia, um dos complicadores das investigações é o fato de a participação dos policiais ser indireta. Com isso, fica mais difícil conseguir provas sobre eles no esquema. Em alguns casos, fica somente a indicação do local, mas parte do dinheiro roubado vai para o policial. No entendimento de vários policiais ouvidos pelo Diário, seria impossível a quadrilha conseguir fazer o arrombamento de forma "confortável" e sair de lá com dinheiro. "Em muitos arrombamentos, os ladrões não conseguiram ter acesso ao dinheiro dos caixas, mas aí já é outro problema, porque tempo suficiente houve", observou um policial. O arrombamento do caixa-eletrônico do Banco do Brasil instalado na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, há mais de um mês, ilustra a situação. Um militar foi apontado por um suspeito como um dos organizados do arrombamento. O suspeito, no entanto, não apresentou prova alguma. Em outra situação, uma testemunha vinha um carro parando na avenida Fernando Corrêa, nas proximidades do semáforo de acesso ao Shopping Três Américas. Ela estranhou que o motorista desceu e tirou um tubo de oxigênio usado em maçarico, transferido de uma viatura para um carro particular. O horário foi que chamou a atenção - a troca de porta-malas ocorreu de madrugada. "O que temos (de indício de participação de policiais militares) já passamos para a Polícia Civil. Não ficamos com nada", explicou um policial militar. O delegado Luciano Inácio, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), informou que as investigações a respeito dos arrombamentos a caixas-eletrônicos estão adiantadas e, em breve, haverá novidades. Ele não quis confirmar a participação de policiais no esquema.
 
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