Imprimir

Imprimir Artigo

19/04/2017 - 11:15 | Atualizado em 19/04/2017 - 11:20

Assessor de Imprensa

Ao assistir à entrevista do presidente Michel Temer (PMDB) ao jornal da Band no dia 15 notei uma falha em sua assessoria de imprensa, isto é, era perceptível que cada palavra omitida pelo governante podia facilmente ser usada contra ele. Talvez a soberba o tenha feito dispensar o assessor ou simplesmente fazer desuso dele.

É impressionante o estrago que se pode fazer em apenas 10 minutos quando se é o Temer. Em pouco tempo saíram revelações que colocam ele e Cunha (PMDB) em um naufrágio moral de retomada ao período do impeachment, golpe, "a vingança de Cunha parte um", ou como queira chamar.
 
Como se não bastasse a tal entrevista, o presidente resolveu comparar, em vídeo, a sua lamentável proposta de Reforma da previdência com a Revolta da Vacina de 1904, apenas um século e treze anos de diferença na realidade sociopolítica do Brasil, coisa pouca. Ele se esqueceu de mencionar que a Revolta se deu não pela ignorância do povo, mas por medo da repressão que ocorria naquele momento. A modernização do RJ demoliu casas e desabrigou famílias enquanto o poderio militar atuava na violenta atribuição da vacinação.

Nesse ponto ele está certo, o povo tem medo. Em meio à crise política, econômica e suspensão de direitos, você aceitaria tomar uma vacina milagrosa que trará inúmeros benefícios quando você se aposentar? Claro, mas e quando souber que existe uma condição: você provavelmente estará indisposto fisicamente, a sua saúde não será a mesma e, conforme a expectativa de vida no país, pode até estar morto. Ainda assim você crê que estará sendo beneficiado? Pois bem, são esses questionamentos que são esquecidos no vídeo.

Em contrapartida, a oposição possui uma admirável relação com a imprensa e é quase tão persistente quanto aqueles flashes da Jequiti na tela da TV. Usam de argumentos referentes às esferas que tratam dos interesses populares e aproveitam a brecha para atacar as decisões do governo acerca da suspensão de algus benefícios que outrora eram a principal ferramenta da manutenção do apoio da massa.

No entanto, não é apenas a base da nação que possui problemas como esse. Em Mato Grosso, por exemplo, o governador do Estado Pedro Taques (PSDB) tem dado uma 'rasteira' na imprensa mato-grossensse, fazendo discursos de 30 segundos, aparições rápidas e evitando o 'joinha' para a câmera. Parece até que os discursos de inaugurações são na base do "crtl c + crtl v". Não se sabe porém se essa falha na conexão com a imprensa advém cem por cento da assessoria ou se é responsabilidade pessoal do governador, que não vê (por enquanto) a necessidade de jogar com a imprensa. Talvez seja preciso um lembrete: 2018 está bem aí, hein!
Imprimir