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16/03/2017 - 10:38

Os fins justificam os meios

Este axioma implica em aceitar que se pode fazer qualquer coisa para se atingir o fim que se almeja. Despreza-se a ética e a moral em prol de um objetivo. Ele já foi e é objeto de diversos estudos e matérias publicadas no mundo inteiro.  Atribui-se a sua autoria a Maquiavel para legitimar o seu príncipe.
 
Na vida privada, os interesseiros e os psicopatas não medem esforços para chegar ao fim desejado. No meio político  é utilizado com maior frequência para se conquistar e manter o poder.
 
Os regimes totalitários levam o conteúdo deste postulado  à exaustão. Hitler, Stalin, Fidel e outros tiranos o conduziram ao  extremo limite para matar, expurgar, expulsar, torturar, aprisionar e a cometer toda sorte de abusos em nome de um novo mundo, de um homem novo, de uma revolução universal e de regimes permanentes que iriam durar mil anos.  E deu no que deu.
 
Aqui na terra de pindorama se tentou implantar, com arrogância, uma nova era daqueles que descobriram a roda, sob o pálio de que antes deles o Brasil não existia.
 
A conquista do poder se deu pela via demagógica/democrática, mas a sua manutenção resvalou pela incompetência, por incontáveis desmandos e, sobretudo, pela implantação de uma corrupção desmensurada contra o Estado Nacional, em favor dos membros do partido no poder, de seus fieis aliados e em prol de um pretenso futuro promissor. Um Ministro do STF afirmou que o projeto da cleptocracia já se amealhou dinheiro da corrupção para custear as eleições presidenciais  por mais de 20 anos.
 
Tentou-se amordaçar a imprensa e dominar o STF, entre outras tantas estripulias. Não fosse uma reação em contrário, ter-se-ia uma marcha batida rumo ao obscurantismo.
 
Entretanto, tudo tem limites. Até os meios e os fins. Esqueceram que não se mantém o poder instalando-se o caos.
 
Política guarda um sentido poli-ético (Lauro Bianchi – Os fins Justificam os Meios? – blog esquerda on-line) e a falta de ética acaba por solapar as instituições e as bases da sociedade e do poder.
 
Com a palavra um revolucionário insuspeito, Trotski:

- O regime desleal eis o maior dos perigos. Certo, não conhecemos normas imutáveis de moralidade. Nem que possam ser impostas de fora. O fim justifica os meios. Mas o fim deve ser um fim de classe revolucionário, histórico; então os meios não podem ser desleais, desonestos, repugnantes. Por que a deslealdade, a má-fé, a desonestidade podem dar até certo ponto resultados “úteis”, mas se forem aplicados durante um longo período, eles solapam a própria força revolucionária da classe, a confiança no seio de sua vanguarda - (Revolução Desfigurada, São Paulo: LECH – 1979).  Imprimir