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06/10/2014 - 12:18

Coalizão e ética no segundo turno

      Conhecidos os candidatos ao segundo turno, começa a maratona de realinhamento de forças. É o momento onde ocorrem as negociações e coalizões. Os concorrentes vencidos na etapa inicial serão chamados a se alinharem com um dos dois finalistas, somando os votos necessários à eleição.

Espera-se que essas negociações ocorram todas em alto nível e visando exclusivamente o melhor para o país e a população. E que todos os participantes das ditas coalizões não estejam imbuídos apenas do desejo de poder, mas tomados pelo propósito de participar e servir a causa pública. Quem ajuda a eleger tem, mais do que o direito, o dever de participar do governo e esforçar-se para que os objetivos e programas sejam cumpridos.

            A coalizão, nesse momento, é normal, pois tem o objetivo de levar à eleição. Seus participantes devem ter mais responsabilidades do que direitos, pois não se deve esquecer que o exercício da política e da função pública tem de ser encarado como serviço relevante à comunidade.

Já, quando realizada depois de concluídas as eleições, como tem ocorrido no Brasil das últimas décadas, cheira a estelionato eleitoral, pois leva os eleitos a traírem aquilo que prometeram na campanha e conduzem a postos-chave do governo figuras que postularam postos eletivos e foram rejeitados pela população.

Nesse caso, fere-se o princípio da representação popular e elimina-se a salutar função fiscalizadora inerente aos membros do Poder Legislativo e aos líderes não eleitos. Como “empregados” ou “sócios” do governo, eles jamais o fiscalizarão.

            Além de mantidas as coalizões no nível ético – sem o loteamento prévio ou a criação de postos para acomodar os novos parceiros -, precisamos, no segundo turno, de uma campanha propositiva. Em vez de recorrer ao marketing da desconstruçãodo adversário, aplicado durante o primeiro turno, os dois candidatos restantes devem dizer claramente ao povo o que pretendem fazer para enfrentar aos grandes desafios nacionais e regionais.

Não basta dizer que vão manter empregos, promover o desenvolvimento, dar escola e outras coisas do gênero.

É preciso dizer como fazer isso. Dar mostras à população do que pretendem realizar para melhorar a vida de cada um dos brasileiros.

Quanto aos casos de corrupção, desvios e outros malfeitos, bastagarantir que o Ministério Público e a Justiça terão total liberdade para apurar e punir os responsáveis. Nada mais... Imprimir