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21/09/2015 - 08:26

No rastro do rombo...

 Um tombo. Um tropeço. Um fim. Um meio. Um recomeço.  Uma frente. Um verso. Um avesso. Uma versão. Uma quadrilha. Uma quadra. Um quadrante. Uma farsa. Um farsante. Um falseador. Um palácio. Um palacete. Uma agulha. Um palheiro. Um alfinete. Uma Carta Magna. Um bilhete sem assinatura. Uma vantagem. Uma concessão. Um incentivo. Uma prisão preventiva decretada. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada. Uma sonegação fiscal. Uma Federação. Um governo estadual. Uma empáfia presidencial.
       
Mato Grosso em mídia nacional. Força tarefa policial. Busca pé e rojão. Operação deflagrada. Delegacia especializada. Propina e concessão. Ladrilho e vermelhão. Piso do mesmo chão. Pavimento revirado. Ouro de aluvião. Ouro de cigano. Tesouro sem guardião. Besouro sem ferrão. Estado saqueado. Apartamento vasculhado. Busca e apreensão. Ex-governador procurado. Dedo apontado. Fura bolo e mata piolho. Polegar quebrado. Barba de molho. Couve flor não é repolho.
       
Olho aberto. Boca escancarada. Pé na estrada. Mão na viola afinada. Música orquestrada. Público mais do que pagante. Espetáculo sem bilheteria. Assento livre. Recital da democracia esfacelada. Carta marcada. Coringa na manga. Pé de meia. Pé de manga. Pé sem tornozelo. Pé em desmazelo. Pé de camelo. Pé de camaleão. Pé de ladra. Pé de ladrão. Pé de pato. Pé de urubu. Pé de coelho. Pé de tatu galinha. Pé de galo sem espora. Pé de tatu bola. Bolada na sacola. Saques e saqueadores. Senhoras e senhores.
      
 No rastro de um rombo sorrateiro. No rastro de um rombo brasileiro. No rastro um rombo mato-grossense.

No rastro de um rombo circense. Palhaço, palhaçada e picadeiro. Centro avante, zaga e artilheiro. Partida sem gramado. Estado sem goleiro. Copa sem cozinha. Forno sem gás. Fuga fugaz. Fogão da boca vazia. Chama azulada. Carreira política maculada. Conto sem fada. Varinha sem condão. Dragão da asa quebrada. Brasão da virtude procurada. Corrupção repaginada. População informada. Ação e reação. Causa e efeito. Pretérito mais do que imperfeito.
      
Um sujeito ora composto. Um posto ora decomposto. Um desgosto. Um amargor. Um mandato de governador. Um articulador político. Um predador republicano. Um fingidor. Um desengano. Um eleitorado enganado. Um substantivo em nada gramatical. Um predicado mais do que nominal. Um poder constitucional outorgado em voto livre, secreto e universal. Tudo acabou? Tudo acaba? Tudo acabará? Quem vem lá? Quem planta o milho? Quem faz o fubá? Quem vive no interior? Quem vota em Cuiabá?
      
Na gaveta mais de uma traça. Na luneta a mesma trapaça. Desgraça da democracia. Praça sem jardim. Lâmpada de Aladim. Quem esfregou? Quem lesou? Quem foi lesado? Quem foi atendido em desejo nada legalizado? Gênio do bem ou gênio do mal? De quem o dever institucional? Por quem o rombo estadual? Serão eles todos inocentados? Pagarão eles pelos mesmos milhões empilhados? Ninhos de serpentes revirados. Cuidados redobrados. Ovos quebrados. Venenos concentrados. Picados e picadores. Falsos administradores.
    
 Nem tudo passa. Nem tudo passou. Nem tudo passará. Lendária mesmo só a vetusta Cuiabá. Ao final, minhoca não é minhocão. Pari não é Paris. Ficará para sempre a cicatriz. Aqui em Mato Grosso, da corrupção a filial. E a matriz? Governo federal. No rastro do rombo, quem sabe um final feliz. Será? É ver para crer e nas mãos da Justiça acreditar. Por ora, o leite já foi mais do que ordenhado. Mais de um “bezerro” foi desmamado.
      
Todavia, mais de um curral ainda permanece abarrotado.  De boi em boi castrado, a carroça ainda anda. Ao povo, apenas um abraço apertado. Abraço de urso panda. Fecha a conta. Encerra a comanda. Quem mandou? Quem mandará? Quem manda? Quem roubou? Quem se escondeu? Quem enriqueceu? Quem delatou? Quem prendeu? Quem apreendeu? Quem julgará? Culpados ou inocentes? O passado é quem condena. Nem só a formiga tem antena. O futuro apenas confirmará. E o presente? Justiça lá e cá! No Hemisfério Sul, quase Primavera... Nem tudo serão flores. Uma pena! Imprimir