Quando você dá um valor a sua aliança de ouro, muito além do símbolo que ela realmente representa, estimando sobremaneira o ouro, em detrimento da afetividade da pessoa que simboliza aquele ouro, com certeza ela terá exclusivamente só o valor do ouro.
Quando os bens materiais ganham maior dimensão e destaque que os relacionamentos, as nossas decisões passam a considerar somente o valor real e absoluto das coisas, e não sobre as pessoas e a essência que alimenta os relacionamentos. Jamais poderemos conviver de forma harmoniosa num mundo onde as coisas valem mais que as pessoas e o sentimento que as nutrem. Na vida, os valores materiais ,são importantes para a sobrevivência, todavia isoladamente ,produzem emoções e sensações transitórias e precárias que alimentam apenas o nosso ego.
A maioria das pessoas no início de um relacionamento,normalmente concluem que encontraram um tesouro, e assim, a partir desse momento , todos os sonhos, projetos e diretrizes são dinamizados e alcançados em função desse elemento motivador . Esse tesouro torna-se então combustível da vida e desse momento em diante , tudo adquire novo sentido ,cor e significado e nada se compara ao valor intrínseco dessa percepção e conquista . As decepções e perdas tornam - se insignificantes quando o tesouro está cheio e é permanentemente alimentado com o carinho e a atenção peculiar do sentimento existente . Cada escolha que fazemos mudam nossos caminhos, e cada caminho percorrido promove aprendizado e crescimento incomensurável ao ser. O valor do tesouro deve leva-lo a reconhecer seus limites e fragilidades ,encoraja-lo a enfrentar os medos e inseguranças e a motiva-lo a buscar sempre o melhor para o crescimento interior. Nessa fase vida não temos limites para sonhar e edificar, mesmo que em muitas vezes precisemos tomar decisões mais fortes e pontuais.
Não devemos acreditar que a felicidade só bate uma vez em nossas portas. O importante é arriscar, saber escolher, decidir, mesmo quando a ansiedade tenta prejudicar nossa lucidez e dar-nos a falsa impressão de estarmos perdendo o foco das coisas e adentrando ao vazio da solidão momentânea. E nessas horas, o que realmente conta são as experiências acumuladas, e a confiança de que sempre haverá portas abertas para todos nós, bastando apenas que busquemos. O importante é que estejamos sempre receptivos ao novo, e que deixemos a felicidade entrar, se acomodar, saturar o ambiente e contagiar a tudo que nos cercam. De maneira alguma devemos desistir das nossas conquistas antes de usufruirmos de todos os prazeres que ela pode nos proporcionar e certificarmos de que a vida só tem sentido quando a vivemos intensamente.
São muitas as pessoas que ao encontrar uma moeda de ouro, se fecham ao que realmente promove crescimento, felicidade, paz, perdendo-se na busca dos tesouros materiais . Assim, passam a vida alimentando o corpo material e buscando equivocadamente prazer naquilo que não promove a felicidade e que verdadeiramente não traz sentido à vida. Diariamente milhares de tesouros se apresentam em nossa caminhada, na figura de um filho, na beleza de uma amizade, na alegria de um sorriso, na pureza de um afeto, na entrega de um beijo, no significado de um abraço e de um olhar, na gratidão pela vida, na força da fé e na graça da presença divina em todos os instantes, criando oportunidades para atingirmos novos horizontes, mesmo quando permanecemos indiferentes a essa força maior que nos protege e nos guia.
Sem sonhos a vida não vale a pena, fica vazia, sem perspectivas de realizações. Vivemos o nosso dia-a-dia mais feliz à medida que arriscamos novos passos, renovando diuturnamente os nossos sonhos, e projetando a vida não apenas com uma opção de sucesso, e nem tão pouco elegendo um só caminho e /ou um projeto único como meta maior. O melhor conceito de viver é saber a diferença entre o que é interessante e o que é importante. Pois o que é interessante vemos facilmente e o que é importante só veremos lá na frente, quando a maturidade se fizer presente.
Durante a nossa vida enxergamos costumeiramente somente aquilo que queremos, mas nem sempre aquilo que precisamos e que são sinalizados e poderiam ter sido vistos. Às vezes decisões são adiadas, por medos, inseguranças, complexos ou até mesmo comodismo, deixando que outros o façam por nós ou que a sorte nos ajude.
E imprescindível que não deixemos de correr em busca de novos objetivos, pois aqueles que ficaram pra trás, fazem parte do passado e só nos servirão com referência no momento presente. Precisamos entender que todas as sementes que plantamos não produzem frutos ao mesmo tempo. A vida nos mostra que os sonhos são como as sementes, que devem ser semeadas e cultivadas com muito carinho e amor em cova apropriada e condições favoráveis para que possamos desfrutar de farta colheita futura. Similaridade ocorre em nossas vidas, onde as fábricas de emoções internas alimentam as construções diárias da nossa caminhada e do nosso continuo despertar.