Imprimir

Imprimir Artigo

16/04/2015 - 11:20

Ode a Chico do Berrante

Silencia a alma pantaneira, cala-se o som do berrante, faleceu Chico do Berrante.Um cacerense que amava sua terra.

Que cultuava suas raízes , e que através do seu talento e do seu inseparável berrante, apresentou sua arte e seu dom para o Brasil e para o mundo, tendo inclusive, se apresentando nos Estados Unidos, onde o Texas parou para ouvir as notas e canções do seu berrante.

Com seu jeito simples de homem do pantanal, nas suas exibições e past oreios, na lida com o gado, sua grande paixão e inspiração, tinha orgulho da sua história e a alegria de ter nascido neste rincão de Mato Grosso. Homem íntegro, de muitos amigos e eternos discípulos. Poeta das comitivas e vaquejadas.

Tocava seu berrante como quem recitava a vida e embalava os dias nos campos orvalhados de cultura pantaneira.

Notas musicais ecoavam nas matas, saiam do berrante deste homem autodidata , que escreveu versos ao som das boiadas.

Que nas noites de retiro, se juntava aos peões e se aquecia nas fogueiras acesas com acordes do seu recital.

Encantou gerações com suas obras, com sua capacidade de ser autêntico. Sorriso gostoso e alma boa, espontaneidade do seu ser.

Quando cansava produzia artesanatos com materiais da sua cumplicidade de vida, o gado.

Usava o couro , as patas, o chifre, e dalí surgiam diferentes musicalidades. Deixa concertos e canções.

Um solo que volta ao chão. Poesia da sua essência, rastros de uma vida,marcas de uma saudade.

Uma grande lacuna que jamais será preenchida. Descanse em paz, Chico, e com seu berrante alegre os céus e com sua magia  promova uma sonata de anjos. 
Imprimir