Silencia a alma pantaneira, cala-se o som do berrante, faleceu Chico do Berrante.Um cacerense que amava sua terra.
Que cultuava suas raízes , e que através do seu talento e do seu inseparável berrante, apresentou sua arte e seu dom para o Brasil e para o mundo, tendo inclusive, se apresentando nos Estados Unidos, onde o Texas parou para ouvir as notas e canções do seu berrante.
Com seu jeito simples de homem do pantanal, nas suas exibições e past oreios, na lida com o gado, sua grande paixão e inspiração, tinha orgulho da sua história e a alegria de ter nascido neste rincão de Mato Grosso. Homem íntegro, de muitos amigos e eternos discípulos. Poeta das comitivas e vaquejadas.
Tocava seu berrante como quem recitava a vida e embalava os dias nos campos orvalhados de cultura pantaneira.
Notas musicais ecoavam nas matas, saiam do berrante deste homem autodidata , que escreveu versos ao som das boiadas.
Que nas noites de retiro, se juntava aos peões e se aquecia nas fogueiras acesas com acordes do seu recital.
Encantou gerações com suas obras, com sua capacidade de ser autêntico. Sorriso gostoso e alma boa, espontaneidade do seu ser.
Quando cansava produzia artesanatos com materiais da sua cumplicidade de vida, o gado.
Usava o couro , as patas, o chifre, e dalí surgiam diferentes musicalidades. Deixa concertos e canções.
Um solo que volta ao chão. Poesia da sua essência, rastros de uma vida,marcas de uma saudade.
Uma grande lacuna que jamais será preenchida. Descanse em paz, Chico, e com seu berrante alegre os céus e com sua magia promova uma sonata de anjos.