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13/04/2015 - 13:09

Dilma, independência ou morte...

            As manifestações desse domingo levaram às ruas menos gente que as de 15 de março. Mas o vice-presidente Michel Temer, hoje homem forte e esperança do governo, diz que elas são importantes e merecerão toda a atenção. Os movimentos pelo impeachment já anunciam a marcha a Brasília para pressionar o Congresso Nacional a acatar e tramitar o processo de afastamento da presidente da República. Supõe-se que, isso acontecendo, os ditos movimentos sociais que ao longo dos anos foram bafejados pelos governos petistas também poderão se mobilizar, inclusive o tal “exército” paralelo dos sem terra convocado por Lula.

            A manifestação do pensamento e da aspiração popular são pressupostos da democracia, mas por isso tem seus limites. Essa manifestação torna-se perigosa quando há a radicalização e, principalmente, o confronto. As autoridades têm o dever de, ao mesmo tempo, garantir o direito de manifestação das diferentes correntes de pensamento da sociedade e do povo, zelar para que elas não se confrontem fisicamente e nem sejam tomadas pelos vândalos e desordeiros que possam desvirtuar seus propósitos, como já ocorreu nos atos contra o aumento dos preços das passagens do transporte coletivo e a Copa do Mundo.

            Não podemos ignorar que, a sustentar os pedidos de afastamento da presidente, ainda existem as cruciais questões trabalhistas pendentes no Congresso Nacional através das medidas provisórias que reduzem os benefícios do trabalhador no seguro-desemprego e na pensão por morte. As centrais sindicais prometem greve geral se essas matérias forem aprovadas. Acrescente-se, também, a lei da terceirização, tira muitos sindicatos da zona de conforto. Os caminhoneiros continuam descontentes e, agora, os produtores rurais também se mobilizam. Em diferentes localidades, as manifestações de domingo contaram com a presença de tratores e máquinas agrícolas.

Por conta da somatória desses problemas, é a hora do presidente da República, chamar para sí todas as responsabilidades inerentes ao cargo, e determinar o rumo da estabilização política nacional. Repetir o gesto simbólico de Pedro I e o brado “independência ou morte”. Independência representada pelo ato de governar legitimada pelos votos recebidos na eleição e morte compreendida pelo afastamento na hipótese de não conseguir dominar a situação. É preciso fazer algo para terminar com o impasse. O grande risco é o governo perder por completo a sustentação da sociedade e não ter mais condições de governar. Imprimir