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06/01/2015 - 14:06

Toque de vida

Não resta dúvida de que a circulação de informação é um dos itens que mais traz benefícios e avanços culturais a uma sociedade. No Brasil, sobre alguns temas existem informações em excesso. O futebol é um exemplo, e por isso se consolidou a máxima de que cada brasileiro é um técnico. Já na educação e saúde, a informação circula em ambientes restritos a essas áreas ou não tem veiculação permanente.

Na seara penal, poderiam ser informados constantemente de que o abandono de criança pelos responsáveis configura crime; que não colocar filhos na escola também é crime; que a certidão de quitação eleitoral pode ser retirada pelo sítio www.tse.gov.br. Essas informações poderiam ser aproveitadas para campanhas publicitárias de conscientização. Quando se fala em propaganda, a proposta deveria ser pensada conjuntamente entre agência de publicidade, com marketing que vinculasse a marca da empresa patrocinadora e até os governos envolvidos. 

No campo da saúde, informações precisas poderiam salvar vidas, com dicas de procedimentos preventivos com relação à alimentação e higiene. Massificar a necessidade de cuidados da criançada com os dentes; a realização dos exames de papanicolau e de mamografia pelas mulheres, pelo menos uma vez ao ano. Para os homens há uma necessidade urgente de intensificar que é preciso fazer o exame de toque retal. O câncer de próstata é um dos que mais matam homens no Brasil. Um diagnóstico no início é a forma mais eficiente de cura.
Faz parte da cultura de qualquer sociedade seguir ideias generalizadas e tomar atitudes primárias de acordo com a maioria. Muitos homens não se submetem a esse exame por mero preconceito, por entender que fere sua masculinidade, por timidez ou por medo.

Trata-se de três equívocos ingênuos. Nenhum heterossexual deixará de ser em virtude de uma dedada no ânus. Homossexual, heterossexual, transformista, lésbica, qualquer pessoa sabe que sua orientação independe de qualquer exame. A timidez poderia se justificar não fosse o exame realizado num ambiente restrito ao profissional e paciente. Ninguém presenciará e nem saberá se você não divulgar. E quanto à existência da doença, é exatamente para detectá-la a tempo de tratar que é a razão principal do exame.

Todas as prefeituras, todas indistintamente, contratem ginecologistas e urologistas para a realização dos exames. São escassas as cidades que possuem esses profissionais, e onde existem são insuficientes. Esses exames têm que estar ao alcance de todos e com muito mais facilidade.

Portanto, as empresas ligadas à área de saúde devem começar já as suas propagandas vinculadas a essas informações, de preferência com artistas, atletas e outras pessoas famosas, com pessoas comuns para evitar que, ainda hoje, o preconceito triunfe sobre a vida. Imprimir