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02/03/2019 - 09:51

A escolha hors concours do carnaval

       Saudade da minha querida Mocidade Independente Universitária, era uma escola dentro da universidade, que originou da Banda U, era composta pela  grande camada de universitários e professores da UFMT, e  que comandava e organizava a Mocidade a escola que encantava e contagiava o carnaval cuiabano, e entre eles destacamos : Batista e Abílio, Rico, Jamil, Wilson Breguncci, Estélio, e tinha também o carnavalesco Sandro Vilar que sabia fazer das letras do samba enredo e a distribuição e composição das alas da escola. Entre os destaques que davam o brilho em forma de luxo na avenida, tinha como destaque das fantasias entre outros o Fernando Delamônica e Rafael Rueda que desfilavam com destaque nos pouco carro alegóricos  da escola.
       
  Entre a  parte mais importante da Mocidade,  tinha os grandes ritmistas, que carinhosamente eram chamados de batuqueiros, e todos os anos eu estava lá, tocando o meu tamborim, e arrepiando na Avenida, e a frente dos mais  de100 batuqueiros tinha  no comando da Bateria mais famosa de Cuiabá,   o Super Zé, o famoso Mestre Zequinha, com o seu apito de ouro, trazia  a sua liderança ao comandar os seus ritmistas,  e com o som afinadíssimo, faziam tremer a Avenida Vargas.

           Os batuqueiros  vinham de todos os bairros, mas a grande maioria vinham do Areão, Popular, Lixeira, Araés e Baú, e que atravessavam a cidade e iam fazer samba da melhor qualidade na Av. Vargas, entre eles podemos citar com saudade:  o Repenique do Vasquinho e do Valtinho, o Tarau do Cabibi, Contra-Surdo do Miguel, o Agogô do saudoso Lau; o Reco-Reco do Kim, Choqualho do Airton, Zé Fernado e Aurinho o Tamborim do Zeca Adrião, Chico Manequim, Lucien e do Fuá, o Treme-Terra do Dititinho Fuminho e do Pinote, só para citar alguns batuqueiros, nossa homenagem a todos eles que compuseram  a melhor bateria do estado de Mato Grosso.

            Nossa homenagem póstuma ao grande passsita Herbert Richard da Silva, que era uma figura destacada, era o Mestre Sala, e com a sua vestimentas estilizadas, negão com peruca branca e roupa de época, dava o seu show a parte, dizia: “qualé, qualé, qualé”  para empatar comigo o neguinho tem que saber  pelo menos  28 passos do verdadeiro  Mestre Sala. E assim ele dava um show a parte,  com a missão de proteger o pavilhão da Mocidade e a Porta Bandeira Marlene.

           Como não se lembrar dos Passistas que vinham na frente da escola pedindo passagem com os seus Pandeiros de Ouro: lá estavam o famoso Alair Fernando e Marcelo, negões vestidos a caráter: camisa de renda branca, calça branca e sapato branco, e faziam a evolução jogando os seus pandeiros lá no alto, aparando-os com a mão direita e rolando pelo peito até cair na mão esquerda, era com se fossem  os “abre ala” da inesquecível Mocidade Independente Universitária, que vai ficar nas lembranças do povo cuiabano.

           A Mocidade Independente Universitária, era muito linda e super organizada, trouxe muita alegria ao Carnaval cuiabano, foi hexa campeã sequencialmente, diziam que ela deveria receber o Troféu “Hors Concours”, porque era imbatível, muita beleza na composição das alas e com o ritmo super afinado, estava além do seu tempo, fora da realidade do carnaval cuiabano e foi uma escola futurística, mas que também se acabou por falta de continuidade ou falta de novas lideranças, mas faz parte da história do Carnaval cuiabano.

              E o que resta da festa do carnaval cuiabano somente o silêncio da Av. Getúlio Vargas, é só saudade e com as doces  lembranças da  Mocidade Universitária que um dia fez o povo feliz  e mostrou que a mescla  da organização dos professores da UFMT, dos Foliões e dos Batuqueiros, deu caldo e muito samba, mas que infeliz ficou só na lembrança daqueles que viveram aqueles carnavais dos anos 70.
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