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25/06/2018 - 21:53 | Atualizado em 25/06/2018 - 21:59

O Príncipe

Após algumas boas páginas recheadas de um conhecimento político que, apesar de distar quase 500 anos dos dias de hoje contém toda bagagem necessária a um administrador contemporâneo, pus-me a analisar algumas gestões que dizem respeito à nós brasileiros, matogrossenses e, sobretudo, cacerenses.

Partindo das primeiras folhas da obra de Maquiavel um ponto chama atenção: o administrador de um Estado, uma cidade ou província não governa sozinho, ele é feito daqueles que os rodeia e principalmente da participação ativa dos cidadãos. Dessa forma, o príncipe se torna um aliado, sua administração torna-se ativa visto que a oposição é controlada.

Em termos gerais, pode-se usar informalmente um ditado popular a resumir essa passagem, “diga-me com quem andas que direi quem és”. Os aliados de um governante são aqueles que conduzem de fato o Estado, sem sua aprovação prévia ou posicionamento o “príncipe” em questão não pode expandir sua conduta. Apesar disso, ele deve ser plástico, isso é, flexível para que adapte a política comum a seus interesses. Nesse viés, outro ponto é crucial: ele deve saber quando não ser bom. Deve ser, como dizem, maquiavélico.

Assim, se observarmos o quadro político do país é possível analisar as inúmeras alianças necessárias ao governante para que não perca seu principado, usando de um velho jogo de interesses. A nível estadual o atual governador também luta pela reconquista de seu principado, na busca por aliados sorri a seus inimigos, porém a maior arma ainda é o povo.

Finalmente, em Cáceres, a ferrenha briga política demonstra a incapacidade de alguns de separar o termo administração e gestão. O início do período “tapinha das costas” já se deu desde o FIPe, com ilustres presenças a prestigiar o evento. As alianças são deveras importantes mas não se atentam de que “aquele que chega ao principado com a ajuda dos grandes se mantém no poder com maiores dificuldades pois tem muitos ao seu redor e por isso não poderá governar como quiser”. Em poucas palavras torna-se uma marionete.  
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