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04/12/2014 - 19:12

Paz

A paz é possível e necessária em nossos dias. Olhando os conflitos que se avolumam em todos os seguimentos da vida é preciso apostar na paz e com urgência.

O Papa Paulo VI dizia que “se a guerra é o nome da morte, a vida é o nome da Paz”. Não é possível colocar-se nas fileiras da paz sem preservar a vida.

Às vezes ficamos horrorizados com os dados que são apresentados no Brasil: 40 mil mortos em acidentes de trânsito por ano; 50 mil assassinatos anuais; abortos incontáveis! A violência e a morte nos aterrorizam sem trégua.

Talvez seja menos doloroso mostrar a guerra fora do Brasil do que admiti-la em nosso entorno.

Porém, esta insensibilidade não nos livra do pesadelo que ronda nosso quotidiano. O Papa Francisco, em sua mensagem para o dia mundial da paz, nos alerta:

“Na realidade o nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo”.

Na mesma mensagem o Papa reafirma a vocação natural da humanidade à paz, pois isto faz parte dos desígnios de Deus. Na verdade, o homem é feito para a paz; a guerra é sempre um acidente de percurso a ser superado.


A Igreja Católica nos convida, neste ano de 2015, a uma reflexão aprofundada sobre as causas da violência no Brasil e no mundo.

Para tanto instituiu, de dezembro de 2014 a dezembro de 2015, um ano de conscientização do Povo de Deus sobre a importância de viver a paz.

Sabemos que a violência se manifesta na forma de morte das pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública e da impunidade.

A violência e a falta de paz provêm do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão e do desprezo pela vida, tanto própria quanto alheia.

Em tal contexto, os nossos relacionamentos vão se desgastando a ponto de não mais sermos “parceiros de humanidade”, mas sim, adversários, concorrentes, inimigos a serem derrotados a todo custo.

Está na hora da sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no relacionamento humano.

O Ano da Paz, proposto pela Igreja, é uma grande contribuição na superação da violência e no despertar da sociedade para uma convivência mais respeitosa, saudável e fraterna entre as pessoas.


Alguns especialistas dizem que o Bem Viver se constrói em mutirão, porém, através de cuidados individuais, baseando-se em 4 grande pilares: o primeiro pilar do bem viver é sustentado pela convivência saudável com o nosso PASSADO, tanto pessoal quanto coletivo.

Não admitir a própria história e aprender a conviver com ela é uma violência que acaba por respingar nas pessoas do próprio entorno. O segundo pilar é o do FUTURO. Perspectivas saudáveis de futuro e projetos realizáveis a curto, médio e longo prazo, são fundamentais para um ambiente de paz.

A pessoa sabe o que quer da vida e para onde caminha. Quem não sabe que caminho seguir nunca saberá onde chegar. O terceiro pilar é o do PRESENTE. Compreender e participar do momento histórico em que se vive é condição para a realização pessoal. O amanhã depende das decisões que tomamos hoje.

Por fim, o quarto pilar é VERTICAL. Ele aponta para o alto. A conexão com a divindade nos mantém conscientes e alertas de que não somos deuses, mas que nossa vida não se reduz em nascer, crescer e morrer. Que esta abençoada inciativa do Ano da Paz, desperte em nós o desejo de se relacionar bem com as pessoas que nos cercam, com nossa comunidade e com Deus. A paz depende da nossa boa vontade.
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