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11/08/2017 - 09:35

Cérebros

Eu gosto de cérebros.
 
Daqueles bem recheados e sem embalagem.
Dos que não só guardam, mas que compartilham.
Daqueles que possuem temas armazenados 
em ordem alfabética.
Filmes, livros, séries, quadrinhos...
 
Gosto dos que falam sobre a lua, sobre o dragão, sobre São Jorge, e sobre Marte.
Daqueles que nos encantam com arte. 
Falam das estrelas, sobre o zodíaco.
Que comentam sobre vinho, cerveja...
Gastronomia, orgias e mesas.
 
Gosto de cérebros sociais, políticos, sensatos, voluntários e não governamentais.
Dos que falam sobre religião e sobre a ausência dela.
Que falam sobre Asè, Shabbat, Meca, Ele e Luz...
Cérebros poetas, cérebros coloridos, cérebros científicos.
 
Dos que falam sem preconceito, sem siglas, sem partidos.
Falam de Freud, Lacan, Carl Jung e Carl Sagan. 
Falam de Yin Yang. 
De cosmos, microcosmos, id e ego.
 
De Feng Shui, Shiatsu e Shih Tzus...
aliás, gosto de cérebros animais.
Cérebros peludos, penados, lisos e 
que gostam de ser amados.
 
Gosto de cérebros em construção e dos decadentes.
Dos que absorvem e dos que expelem.
 
Mas há um cérebro que me cala.
Os musicais.
São sentidos. Contemplados.
Graves, mínimos, e em tons monossilábicos.
Cérebros que tem andamento.
Andantes,  Allegros, Prestíssimos...
 
Que repercutem, soprados e acordados.
Complexos, atentos e afinados.
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