Artigos / Wilson Fuá

10/06/2017 - 08:26

O primeiro habeas corpus de Cuiabá

             Nos dias idos de aproximadamente dois séculos atrás numa localidade bem próxima de Cuiabá, havia um dono de Engenho de Cana de Açúcar, (Sr. Guimarães) que julgava, condenava e ouvia as partes, e a condenação ou absolvição era decidida no Tribunal do Júri, da sala da Casa Grande, esse Júri era composto por uma pessoa só, o próprio dono do Engenho, a decisão era sumária e a pena era máxima para os acusados de serem ladrões: A MORTE.

         E num desses julgamentos, o empregado “Dito Tá Entendendo” sabendo que iria morrer, pediu ao Patrão que lhe proporcionasse Clemência após ouvi-lo.

            O condenado propôs ao patrão, que ele trocaria a sua liberdade, para ensiná-lo uma técnica que ele mesmo desenvolveu que seria fazer Caititu voar, e que se ele perdoasse os seus erros, ele iria fazer essa demonstração. Mas como o patrão sabia que era impossível, lhe disse: 

- faça o caititu voar que eu não lhe mato.

Como o condenado “Dito Tá Entendendo” era muito esperto e digoreste mesmo, disse ao Patrão, o senhor terá que me libertar para que eu possa treinar o Caititu e dentro de um ano eu faço a demonstração. 

          O Patrão acreditando e ao mesmo tempo não acreditando, concedeu a sua liberdade provisória. 

( com essa liberdade provisória,  historicamente dois séculos atrás foi concedido o primeiro Habeas Corpus em Cuiabá).

Os amigos surpresos com a sua liberdade provisória lhes disseram: 

- Você é louco Dito, o Caititu não vai voar, o Sr. Guimarães  vai ficar com muita raiva e vai lhe matar.

      O Dito Tá Entendendo, como enxergava muito longe, explicou aos amigos que com essa liberdade provisória ele levaria as seguintes vantagens:
1 – Prorroguei meu prazo de vida por mais um ano, porque a minha morte já estava decretada;
2 – Por um ano, pelo menos estarei livre para roubar ou praticar atos não republicanos;
3 - Por um ano estarei gozando do conforto da liberdade;
4 – E, o melhor de tudo isso, é que posso prorrogar por anos sucessivos, até o Patrão caducar ou morrer esperando a Caititu voar.

    Quantos  “Dito Tá Entendendo” não fizeram parte da política atualmente?       

          A história se repete, e hoje, os políticos de posse dos seus Habeas Corpus e Delações Premiadas, fazem com que os processos fiquem dormindo nas prateleiras dos Tribunais até o seu esquecimento definitivo ou a sua caduquice. 

      A maioria dos políticos ainda não entendeu que ao ser eleito faz um pacto espiritual de grande responsabilidade em relação à regra universal, são princípios contidos em leis imutáveis que impõe a todos aqueles que tiram aquilo que é do povo, e o que não lhe pertence, irá acumular dívidas para as próximas vidas. Às vezes os políticos acumularam coisas negativas e pagam ainda nesta existência. As ações desonestas vêm precedidas de fatos que não se encerrarem por si mesmo.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
+ artigos

Comentários

inserir comentário
0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet