24/02/2017 - 13:53
A troca do comandante na Policia Militar
Acontece nos próximos dias a troca do comando na Polícia Militar de São Paulo. Especula-se que o aumento da criminalidade teria derrubado o comandante e, ao mesmo tempo, fala-se das virtudes do comandante que entra, ex-comandante do choque e da Rota. As pessoas se esquecem que na instituição militar o processo de sucessão é diferente do registrado nas repartições públicas e governamentais. Os comandantes, oficiais e até os integrantes da tropa têm tempo certo e idade-limite para permanecer nos postos e, mesmo quando podem se manter, abrem mão em respeito à expectativa de promoção de seus companheiros de carreira. Dessa forma, os comandantes vão para a reserva quando há o tempo para aposentadoria e outros ascendem aos postos, num processo natural. Já os ministérios, secretarias e outros cargos importantes do governo, são ocupados por civis de indicação meramente política. Na PM, o comando é privativo de oficiais do próprio quadro onde, em cada sucessão, existem dezenas de aptos. Dessa forma, não há motivo negativo ou positivo para a troca, que se processa pacificamente.
O suposto aumento da criminalidade, não deve ser atribuído à atuação da Polícia Militar e muito menos como o fator responsável pela troca do seu comandante. A ação da polícia não aumenta e nem diminui a incidência do crime. A motivação está sim nas políticas sociais do governo (federal, estadual e municipal), incapazes de atender as expectativas de emprego, saúde, educação, moradia, transporte e outras necessidades da população. A Polícia Militar, ao contrário do que dizem, tem sido tão eficiente e prende tanto que os presídios estão superlotados. Verifique-se que a Justiça até já está tomando medidas para botar esse pessoal na rua através de penas alternativas.
Na PM paulista, vivemos agora a transição de comando do cel. Ricardo Gambarone para o cel. Nivaldo Restivo, em razão da aposentadoria do primeiro. É um ato de rotina, determinado mais pela iniciativa de quem deixa o posto do que pelo governador, a quem cabe a nomeação do sucessor. Com o novo comandante alteram-se postos de alto comando, ligados à administração e gerenciamento da instituição mas não a sua atividade operacional, pautada em leis claras e rigorosamente observadas. É um novo grupo que recebe a incumbência de, por um tempo, administrar a corporação e com seus recursos implementar a política de segurança pública do governo.
Cada coronel tem sua história dentro da PM e na sociedade. O coronel Restivo, ex-comandante da tropa de choque e da Rota, é um oficial linha de frente, operacional ao extremo, inteligente e conhece bem o trâmite político. Isso é bom tanto para a corporação quanto para o governo e a sociedade. Independente do legado do comandante cessante, que é positivo, é importante lembrar que toda mudança oxigena a corporação e acaba trazendo aperfeiçoamentos e lucros no resultado final da prestação de serviços à comunidade. Isso tem sido uma rotina dentro da PM paulista, assim como nas dos outros estados, e contribui muito para a sua eficiência.