Artigos / José Humberto Pinto

27/01/2017 - 10:10

​O destino dos CEFAPRO’s

Diante do histórico descompromisso do Estado com a frágil formação de professores em nosso país, há mais de 40 anos foram criadas discussões visando consolidar um projeto mínimo de formação de professores (CEFAM) como tentativa de intermediação e fortalecimento da formação contínua e das demais políticas públicas para o ensino em Mato Grosso. Mais tarde, por volta dos anos 1990, foram consolidados os CEFAPRO’s/MT com o propósito de respaldar as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/96), em programas de formação para professores.
 
Conhecida como é nossa realidade e extensão físico-geográfica, avalia-se quantos foram os sacrifícios e dificuldades de professores para as adaptações, implantação e execução desse Projeto bem como foram inúmeras as adversidades nas mais subcondições humanas de transporte e acomodações, em várias regiões ou aldeias nativas do nosso Estado.
 
Mesmo com todas as dificuldades, o projeto continuou a dar frutos e atualmente suas atividades já alcança segundo dados da SEDUC, cerca de mais de três mil professores alfabetizadores em formação continuada, além dos benefícios a professores que atuam por áreas de conhecimento e gestores das unidades escolares (diretores, coordenadores e assessores pedagógicos)
 
Hoje, infelizmente somos tristemente (des) informados diante de rumores de que o atual governo não dispõe de uma proposta clara para os CEFAPRO’s. Circulam “notícias” de toda ordem. “Vão acabar com os CEFAPRO’s”, “seus quadros serão reduzidos”, “haverá novo seletivo”. Afinal o que realmente quer o Estado? A desvalorização e o esquecimento da história da Instituição e toda a trajetória de trabalho deste grupo de profissionais? A descontinuidade da política de Formação Continuada da SEDUC e o esfacelamento de projetos de trabalhos consistentes a exemplo do CEFAPRO de Cáceres? Afinal, não seria mais honesto e mais ético se “abrissem o jogo” com todos os Professores formadores e dissessem claramente sua posição, eliminando de vez as especulações evitando colocar seus servidores num quadro de insegurança e tensão desnecessário? 
 
É... realmente “o mar não está prá peixe”. Pedro Taques e seu secretário Marrafon, a exemplo de seus tucanos colegas, goiano, paranaense e paulista insistem em tratar educação como item de supermercado.
 
Em vez de fortalecer o que está posto, dialogando com as Universidades e educadores na busca de soluções conjuntas diante das dificuldades na formação de professores no contexto particular e nacional insistem em seu fervor neoliberal e vão conseguindo desumanizar nosso ensino.
 
Segundo as (des) informações e “falatórios nas Redes internéticas”, perseveram em tanger professores e alunos rumo a uma política simplista de “resultados” moldado pela produtividade e massificação, caminho mais curto para a "bovinização" da consciência, em detrimento da razão autônoma e da prática criativa, instrumentos fundamentais para o exercício da cidadania.
 
Tristes tempos, tristes frutos.
José Humberto Pinto

por José Humberto Pinto

é professor em Cáceres-MT
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