Artigos / Ricardo Vanini

11/01/2017 - 18:00

Chega de brincadeira, vamos falar sério de Turismo

                Cantado e decantado em todo o mundo globalizado como economia emergente, repousa no  turismo uma forte solução para crescimento sustentado e sustentável do país, hora por seu incrível poder de inclusão social, hora pela capacidade de envolver toda uma comunidade receptora.

                De cada nove empregos gerados no mundo, um é do turismo, que movimenta 52 ramos de atividade econômica. Tendo como característica a necessidade de grande quantidade de mão obra com pouca capacitação (pouca capacitação e não sem capacitação), em função da natureza dos serviços envolvidos na sua cadeia produtiva,   o turismo seria a solução para diversos municípios país afora,   que atravessam graves crises com as desigualdades regionais, inclusão social  e geração de emprego e  renda.

                O Brasil representa, hoje, a 9ª economia turística  do mundo, movimentando por ano, direta e indiretamente 9,6 % do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou o equivalente a cerca de R$ 492 bilhões, gerando assim algo  em torno de 3 milhões de postos de trabalho.

                Infelizmente o Brasil está na casa dos 5 milhões de turistas internacionais desde 1998. O País não está nem entre os 40 mais visitados do mundo. Perdemos até para Miami, que é destino de mais de 7 milhões de turistas por ano. A África do Sul, de difícil acesso,  recebe   10 milhões, o México 30 milhões, a Tailândia 28 milhões de turistas internacionais. No fim, temos menos turistas que países como Tunísia e Bulgária.
               
O Estado de Mato Grosso, que teve a Secretaria de Turismo transformada em Secretaria Adjunta, planeja para 2017 a participação do Estado nas principais Feiras e Eventos nacionais e internacionais, como a Feira Internacional de Turismo Lisboa/Portugal (BTL), a FIT América Latina, a ITB Berlim, a World Travel Market London, Expocruz na Bolívia, a feira da Agência Brasileira de Agentes de Viagens e a Feira Internacional de Turismo (Festuris Gramado). Todas essas ações contam com a parceria do trade turístico mato-grossense, que, juntos, somam forças para a divulgação de destinos e produtos no Brasil e no Mundo.
               
Pois bem, mas e a nossa querida Cáceres? Que ainda procura uma matriz econômica para seu crescimento e desenvolvimento, por uma melhor qualidade de vida para seus cidadãos, por um melhor IDH, por reconhecimento da mais bela e pujante cidade deste continental estado de Mato Grosso. Qual é a nossa demanda, medida pelos Boletins de Ocupação Hoteleira (que deveria obrigatoriamente ser preenchido e enviado pelos hotéis para o MTur) , nossas políticas públicas  específicas para o fomento e desenvolvimento da atividade turística, nossos Arranjos Produtivos Locais – APLs, nossa Cadeia Produtiva do Turismo, nossos Atrativos de Sítios, nosso Diagnóstico Turístico, nossos Equipamentos e Serviços Turísticos, nossas ações integradas no tripé Trade X Governo X Comunidade, enfim, quem poderia responder a isso tudo.

                Temos sim recursos mil, temos o FIP, bons equipamentos hoteleiros e gastronômicos, boa infraestrutura bancária e de órgãos federais, instituições como a UNEMAT, COMTUR, atrativos naturais diversos, patrimônios históricos, zona de fronteira, certo turismo de negócios, de pesca,  e vários outros pontos que podem ser considerados  fortes.

                Mas o que falta para a engrenagem, qual seria o verdadeiro papel do poder público, do trade, da comunidade? Vemos os anos se passarem sem que todo esse potencial turístico que as mãos divinas nos deram, que a história e a cultura proveniente da miscigenação de raças que nos formaram, talvez a maior diversidade deste país, saiba explorar de maneira planejada  nossos recursos, proporcionando a tão esperada qualidade de vida por meio da inclusão social.            
   
                Qual localidade do mundo tem de um lado uma imensidão de montanhas de 40 km de largura por 400 km de comprimento,  e do outro a maior planície alagada do planeta com toda a sua biodiversidade, mistérios e fascínios? Um núcleo urbano com casarios de vários estilos que retratam a cultura  dos povos que por aqui passaram; dezenas de lendas como o minhocão, da mula sem cabeça, do pé de garrafa que assustava nossos poaieiros; do caldo de piranha, da bagrada, do bolo de arroz, da cabeça de boi assada, da maria izabel; das festas religiosas e profanas, de São Benedito, de São Luiz; da história do Marco do Jauru, dos Chiquitanos, da navegação pela Bacia do Prata; dos Sítios Arqueológicos, dos Xarayés, dos Guatós, dos Bandeirantes que rasgaram este país aumentando nossas divisas frente ao inimigo Castelhano; enfim, quem tem um povo bom e hospitaleiro como o cacerense, que a todos recebe com carinho e amizade.

                Cáceres é única no mundo, temos sim o diferencial competitivo tão necessário pra fazermos desta cidade o maior destino turístico da região oeste do país. O turismo quando planejado, preserva a identidade cultural de um povo além de ser sustentável ambiental, sócio-cultural e economicamente. Vamos, juntos,  unidos,  produzir turismo,  matéria prima temos de sobra,  para dar,  vender, e enriquecer o nosso povo.
Ricardo Vanini

por Ricardo Vanini

é bacharelando em Turismo pela Unemat. 
E-mail: vaniniricardo@hotmail.com 
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1 comentário

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  • por GISLAINE FERNANDES, em 08.07.2019 às 13:47

    AMEI AS INFORMAÇÕES... PARABÉNS MEU AMOR, RICARDO VANINI...

 
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