Artigos / Claudionor Duarte Corrêa

21/10/2016 - 09:38

Lixo, pois é...pra que, no Rio Paraguai...!

Rio Paraguai que corre pelas planícies pantaneiras, alagando entre as toneladas de “LIXO” que são deixados ano após ano nas suas margens, levando em seu leito poluído o perigo de morte para a vida latente ali existente..!

         Enfim, vou tentar aqui analisar, interpretar e divagar um pouco, na minha sede de vingança utópica que travo guerra particular contra o “LIXO”, que se confunde na dialética alienante sobre a realidade nua e crua do “LIXO” e o Mutirão de Limpeza do Rio Paraguai que foi “VERBALIZADO” nas redes sociais de comunicação universal em verso e prosa, pelo achismo, os magos do casuísmo a quem possa interessar mais...
        
Bem, o Mutirão de Limpeza é a ideia de uma ação coletiva sugerida por um “nobre Cidadão Cacerense”, usuário do Rio (Cap. Renato Thomas), percebendo que o “LIXO” largado, abandonado nas margens (Barrancos, praias etc...), pelos inúmeros usuários dos acampamentos e tablados, resquícios de uma ocupação desordenada sem limites, e sem regras nas áreas de APP, a cada ano aumentava mais e mais. No período das chuvas, com as cheias no Pantanal esse “LIXO” fica a deriva flutuando, já no período da seca vai se fixando, parando em qualquer lugar, nas baías, nos coríxos, nas curvas de rios, na verdade o “LIXO” só muda de lugar, leva centenas de anos para se decompor, e com isso vai gerando vários impactos ambientais na ictiofauna e na natureza no seu entorno.

         Agora a pergunta que não quer calar! Porque esse “LIXO” foi parar ali? Quem levou? De onde veio?  A resposta foi: vamos então dar um jeito nisso, vamos fazer um Mutirão de Limpeza, chamar a população responsável num grande evento focado somente na coleta de todo o “LIXO” encontrado às margens do Rio Paraguai nas proximidades da cidade. Sim, a ideia do Mutirão de Limpeza pareceu ótima, desafiante e maluca ao mesmo tempo, porque tirar esse “LIXO”? Ele não é meu, não é seu! Não fomos nós que levamos e deixamos na beira desse rio. Quem foi então? E dai, vamos deixar lá... Já imaginou em 27 anos de coleta, retirando uma media de 6 toneladas por ano de lixo, são 162 toneladas, esse “LIXO” todo cobriria a praça barrão do rio Branco.
    
     Entretanto, para a concretização de fato e de direito, foi preciso arregimentar um grupo de pessoas abnegadas, envolvidas diretamente com a cadeia produtiva do turismo de pesca no município, a comunidade usuária do rio, pessoas comprometidas com a natureza com “bastante” coragem em uma ação que demanda uma infraestrutura e logística organizacional de grande monta no envolvimento de um “BATALHÂO” de voluntários sem e com embarcações, na qual resultou nesses 27 anos a manutenção das estratégias operacionais para a realização do mutirão, minimizando com isso os impactos ambientais desastrosos causados pelo “LIXO” urbano nas águas do Rio Paraguai.

         O resultado, não é só uma ação de coletar o “LIXO” dos outros deixados no rio, mas também fazer uma amostragem no final da cada coleta como forma de sensibilizar a população ali presente, pela falta de consciência ambiental do ser humano em respeito ao Rio, que mata a sua sede, que mata a sua fome, que sacia a sua vontade de lazer e prazer, com isso, por si só bastaria para que a sociedade cacerense com seus estudiosos enxergasse os erros cometidos com o rio, e assim deliberassem demandas futuras entre os seguimentos organizados da sociedade (Clubes de Serviços, Entidades Governamentais, Não Governamentais, Universidades, Faculdades etc...), em ações de conscientização, preservação desse Patrimônio Natural para a cidade de Cáceres, que é o Rio Paraguai, propondo uma Educação Ambiental que atingisse a todos.

         Como aventei a pouco “VERBALIZADO” na rede (Face book, Instagran, Watts zap e etc..), fato esse, que nos leva a divagar, onde esteve este povo manifestante do “LIXO” esses anos (27 anos), que descrevem com tanta propriedade sobre o “LIXO” e as suas características de impactos ambientais futuros para a cidade em uma verdadeira epopeia demagógica!

          Logo penso, que todos estes 27 anos retirando toneladas e toneladas de “LIXO”, que são imediatamente conduzidos pelos Caminhões para a sua reciclagem em uma ação social importante, com isso rapidamente vai ficando no esquecimento, como no velho ditado: “Escondemos o lixo atrás da porta ou debaixo do tapete para o visitante não ver...”.

         Conclui-se então, que neste panorama de divagação utópica, com certeza entre “Mortos e Feridos” salvaram-se todos em nome do Rio Paraguai, e as esperanças se renovarão com o desenvolvimento dos Programas e Projetos ambientais que estarão sendo agora desenvolvidos o ano todo por esse “BATALHÃO” de pessoas que “VERBALIZARAM”  nas redes sociais as suas angustias,  e com certeza o Mutirão de Limpeza não será o mesmo, e sim uma ação em comemoração a vida do velho e saudoso Rio Paraguai. Lixo, Pois é... pra que....
Claudionor Duarte Corrêa

por Claudionor Duarte Corrêa

Servidor da prefeitura de Cáceres e Guia de Turismo Regional
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  • por Josué Alcântara, em 21.10.2016 às 17:44

    Parabéns... ao amigo Claudionor, sonhador e defensor das causas ambientais. bela reflexão. A princesinha agora tem "aterro Sanitário" e uma política de resíduos sólidos... Gostaria que me desse uma resposta, ao tirar o lixo das margens do Rio Paraguai, qual será o seu destino...

 
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