Artigos / Wilson Fuá

19/09/2016 - 08:03

A construção de passarelas

        Durante a campanha eleitoral, não vimos nenhum candidato falar sobre a construção de passarelas, e após da posse, ao assumir a Prefeitura, os dirigente fazem a opção pelo uso do sistema eletrônico, pois o retorno via receita das multas é muito grande e dá folga aos cofres do município, veja que estão instalando radares até dentro das trincheiras, que foram construídas justamente para não interromper o fluxo de trânsito nas rotatórias.

          A construção de passarelas já está descartada até na campanha eleitoral, e por isso, não teremos passarela instaladas em 2017, pois assessorados por técnicos de trânsitos que vê o trânsito pela ótica ultrapassada e sem estatística de outros países, os políticos mal orientados preferem desprezar as passarelas e os pedestres continuam sendo atropelados, principalmente os idosos, que ao atravessar as avenidas, não tem a agilidade para correr e são esmados pelos veículos.

          O acompanhamento dos resultados da implantação de passarelas revela a eliminação de até 100% dos atropelamentos e, paralelamente, uma diminuição da interrupção ao fluxo veicular. Contudo, alguns técnicos de segurança do trânsito argumentam que os pedestres não utilizam voluntariamente as passarelas ou que é muito caro construir e mantê-las. Com base nesses argumentos, alguns projetistas de engenharia de tráfego deixam de considerar as passarelas como uma solução técnica e economicamente viável. E por fim, para aumentar a turma do contra, existe o argumento dos urbanistas, de onde vem à crítica sobre a estética, alegam-se que a presença de uma passarela criaria prejuízos visuais e forçaria os pedestres a andar longas distâncias para atravessar uma via, são posicionamentos sem pensar na vida dos transeuntes.

           Os Prefeitos que desfazem da construção das passarelas, são presos ao assessoramento às avessas, pois não vê que as poucas passarelas que existem, foram construídas em lugares errados e, além disso, foram mal projetadas e construídas, a manutenção é deficiente, não são convidativas para os pedestres e apresentam características que atraem assaltantes, pois falta iluminação e a localização é isolada. O medo de usar a passarela geralmente está associado ao medo de ser assaltado, especialmente à noite e em passarelas mal iluminadas ou isoladas. Os pais de crianças pequenas podem evitar usar passarelas com guarda-corpo de estrutura aberta demais, criando o medo de quedas e  se o guarda-corpo for baixo demais, também os adultos podem ter medo de cair, e o que se vê é falta de campanha educativa, não há interesse, pois as passarelas não são fonte de receita para os cofres municipais.

           A solução é sinergética: os pedestres eliminam o risco de serem atropelados; os motoristas e passageiros desfrutam de um trânsito ininterrupto; e as autoridades são recompensadas com uma opinião pública positiva, mas a maioria dos prefeitos prefere instalar sistema eletrônico por todas as ruas da cidade, pensando apenas em arrecadar com as multas e mais multas, sem pensar nos atores que utilizam o trânsito diariamente, que são: o pedestre e o condutor de veículo.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
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