18/06/2016 - 07:52
O vácuo e as reformas que o Brasil necessita
Em meio a tanta notícia ruim, pelo menos uma boa. Depois de 15 meses em queda, o PIB (Produto Interno Bruto) apresenta leve tendência de alta. É o primeiro resultado depois da entrada do governo provisório de Michel Temer, ocorrida há um mês. Apesar de tímida, a tendência aponta para a tão sonhada recuperação da economia que, se acontecer, trará de volta os investidores e os empregos. Por ora, no entanto, o momento ainda é de preocupação, principalmente diante do grande número de empresas com férias coletivas e a possibilidade de demissões em seus quadros como decorrência do mercado desaquecido. É preciso fazer o máximo para recuperar a normalidade.
Infelizmente, o país vive hoje um vácuo onde o novo governo – ainda que provisório – se esforça por reformas e o velho reage mesmo sabendo de sua inviabilidade. Acrescentam-se à contenda as denúncias, delações e informes que atropelam importantes figuras de todos os quadrantes políticos. Depois do impeachment da presidente, andamento da cassação do presidente da Câmara e dos processos contra o do Senado, acena-se agora o impeachment do chefe do Ministério Público. Isso sem falar das tribulações por que passam ex-presidentes cuja prisão é discutida.
O delator Sérgio Machado disse, entre muitas coisas, que o sistema de propina vigora no Brasil desde as eleições de 1946, as primeiras realizadas após a ditadura Vargas. A se confirmar esse dado, são 70 anos de descaminho que comprometem a legitimidade do poder. É importante colocar um ponto final nesse quadro e punir os errantes que ainda estejam ao alcance. Mas o principal é buscar meios de estancar a sangria e encontrar formas claras e, principalmente, honestas de custear as eleições e formar os governos, para evitar que logo ao assumir já carreguem a mácula da corrupção.
É imperativo ao Brasil e à população brasileira a solução mais rápida possível do impeachment presidencial, para sairmos do regime provisório. Mas a grande tarefa está na reforma do Estado. Se possível com a privatização das empresas estatais que funcionam como cabides de emprego e a redução do governo ao tamanho mínimo. Abandonar a opção de Estado-Empresário e colocar em seu lugar o Estado-Regulador, com a missão de cuidar apenas dos serviços públicos (Saúde, Educação, Trabalho, Segurança Pública e outros) e licenciar as atividades que podem ser executadas pela iniciativa privada.
Outra coisa: há que se encontrar meios lícitos e transparentes de custear as campanhas eleitorais...