Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

11/05/2016 - 14:39

A Uber, os taxis e as eleições

                São Paulo, a maior cidade do país, vive o confronto entre taxistas e operadores da Uber, que também são motoristas transportadores de pessoas, mas atuam através de um aplicativo de internet. Evidencia-se o choque entre o antigo e o moderno, e a incompetência do poder público para fazer a equalização dos interesses. O ideal seria que o novo recurso tecnológico, em vez de entrar para concorrer com os condutores de taxis já estabelecidos, tivesse chegado como ferramenta para melhorar seus serviços e, como consequência, beneficiar a comunidade usuária do transporte.

                O que ocorre na capital paulista e se repete em outros pontos do país é fruto do descontrole hoje vivido nas relações do trabalho e na regulação dos serviços concessionados. Anos e anos de desobediência e desregulação pregados por grupos de interesse e a omissão ou conivência dos governantes levaram à crença geral do tudo pode. E o pior é que acaba podendo, diante da patética capitulação das autoridades de plantão. Hoje a prefeitura paulistana e a área onde mora o prefeito são frequentemente sitiadas por manifestantes que, para defender seus interesses, incomodam toda a vizinhança e até a comunidade. No caso específico da Uber, não tendo como regulamentá-la por lei votada na Câmara, o prefeito o fez por decreto, criando o impasse.
         
       Governar é atender aos interesses da comunidade. Será que o encaminhamento dado à questão levou em conta o que pensa o usuário do transporte? Provavelmente, não. É nesse momento que vem à baila a importância das eleições, onde muitos dos eleitores negligenciam a ponto de tempos depois não saber nem em quem votou. Quis o destino que a questão dos taxis de São Paulo surgisse agora, quando faltam poucos meses para as eleições de prefeito e vereador. Essa é a hora do eleitor, usuário do sistema de transporte e de tantos outros serviços públicos ou concedidos, analisar se quer deixar tudo o jeito que está ou se pretende mudar.
                
Não só em São Paulo, mas nos 5570 municípios brasileiros, chegou a hora do eleitor fazer uma análise sobre a realidade de sua cidade e dos serviços que lhes são prestados. Em parte delas ainda será possível a nefasta reeleição de prefeito. Se reeleger, significa que tudo continuará como está. Os insatisfeitos, nessa época, têm a oportunidade de ver quais as propostas entre os concorrentes e escolher a que mais corresponda aos seus interesses. Da mesma forma, quase todos os vereadores são candidatos à reeleição. Antes de decidir seu voto, procure conhecer bem o que fez cada candidato, para não correr o risco de comprar gato por lebre. A eleição é a única oportunidade que o povo tem para mudar aquilo que não lhe parece bem. Se você perder a chance de agora, outra só ocorrerá dentro de quatro anos...
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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