Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

06/05/2016 - 09:42

A indecorosa ação do deputado paulista

              O policial militar que, pelas características do seu trabalho e diante do clima de desagregação social hoje vivido, é permanentemente agredido, a ponto de ter de esconder sua identidade para não ser literalmente caçado e executado pelos criminosos, agora também passa a ser agredido por aquele que têm o dever de respeitá-lo e, na medida do possível, colaborar com a execução do seu trabalho de proteção à sociedade e ao patrimônio público e privado. É inaceitável a agressão praticada pelo deputado estadual João Paulo Rilo (PT), contra o policial que atuava no controle à invasão de estudantes ao plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo. Em franco desrespeito à estabilidade e ao normal funcionamento da casa legislativa a que pertence, o parlamentar, com essa atitude, insuflou os invasores e buscou impedir o trabalho dos policiais que ali se encontravam com a finalidade de evitar confronto,  vítimas pessoais e danos às instalações.

               É importante lembrar que a Polícia Militar, em cumprimento a requisição da Presidência da Casa, se fez presente ao local, como sempre, para evitar o cometimento de excessos e, principalmente o choque entre manifestantes e  encarregados da segurança do prédio, assim como a possível agressão a parlamentares, funcionários e visitantes. A tentativa de impedir esse trabalho, executado pela Polícia Militar, além de ferir a legislação e o regimento interno do Legislativo, constitui obstrução ao trabalho policial e flagrante ofensa ao Estado, ali representado pelo profissional agredido. Destaque-se o caráter pacífico da atuação policial, pelo não revide à descabida agressão.

               A Polícia Militar manteve por inteiro sua tarefa de garantidora da segurança. Mas mistér se faz reivindicar a punição ao agressor através dos meios legais disponíveis. O sr. João Paulo Rilo, com sua atitude, abriu mão de suas prerrogativas de parlamentar (que não podem ser utilizadas para o cometimento de ilegalidades) e, dessa forma, cometeu infrações à ética e ao decoro parlamentar. Por esta razão, estaremos protocolando denúncia junto aos órgãos competentes do Ministério Público e da própria Assembléia Legislativa, para que seja processado e condenado à perda do mandato por agir em desacordo com o regimento e em desonra ao mandato que o povo paulista lhe conferiu.

               Em momentos de crise e de desobediência civil – como a invasão do plenário da Assembléia, casa encarregada de expressar a vontade do povo – é absurda a hipótese de que algum de seus membros venha a se insurgir contra a instituição a que tem o dever de defender e, de quebra, ainda agrida os representantes do Estado que ali se encontram para garantir a segurança. Pela ordem, segurança e dignidade, casse-se o seu mandato!
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
+ artigos

Comentários

inserir comentário
0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet