Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

27/04/2016 - 14:25

O Brasil espera que todos tenham muito juízo

           A cada dia torna-se mais irreversível o afastamento da presidente da República, que reage como pode em defesa do seu mandato. O presidente do Senado, onde hoje tramita o processo de impedimento já disse à própria governante que a aprovação da matéria é irreversível e deverá ocorrer ao redor do próximo dia 10. Dentro do rito estabelecido pela Constituição e referendado pelo Supremo Tribunal Federal, a acusada ainda tem o direito de exercer sua defesa na comissão de admissibilidade, instalada no inicio desta semana e, se o processo propriamente dito for aberto, também poderá se defender no seu curso que se dará ao longo dos 180 dias do seu afastamento do cargo.

            Verifica-se, no entanto, que a tese do “golpe”, insistentemente repetida pela presidente e seu grupo, mesmo seguidamente desmentida pelos ministros do Supremo, acaba por inflamar seus seguidores, especialmente os da CUT, MST e MTST, que são recebidos em palácio e já produziram ameaças de desordem publica no caso da governante ser suspensa. Já aconteceram, inclusive, alguns atos no sul do país e as falas dão conta de bloqueio de rodovias e possivelmente vias urbanas de alto tráfego e ocupação de propriedades em protestos que culminariam no dia 1º de maio, onde haveria manifestação de duplo significado, pelo Dia do Trabalho e contra o impeachment.

            O direito de manifestação é constitucional. Mas é importante todos observarem que existem limites legais a se cumprir e, principalmente, que o direito de manifestação de uns não pode ferir o direito de ir e vir e de desfrute de bens pelos seus legítimos proprietários. É conveniente que, acima de posicionamento político ou ideológico, todos pensem prioritariamente no país e não em si próprios. O estabelecimento do caos não interessa a ninguém e muito menos ao povo. Dilma Rousseff, seu tutor político, Luiz Inácio Lula da Silva e seus partidários têm o dever de acalmar seus simpáticos para evitar o confronto onde podem matar ou serem mortos pela causa. As autoridades de segurança têm a missão de garantir a ordem pública e evitar confrontos ou ações com excesso de energia.

            O Brasil já tem problemas demais para resolver. Espera-se que a presidente e seu grupo tenham respeitado todo o direito de defesa e o utilizem dentro dos ditames da lei para, ao final, independente do resultado, a Nação saia como a grande vencedora. 
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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