Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

26/02/2016 - 14:26

O alerta ao eleitor

              A informação de que quatro em cada dez, Isto é, 266 prefeitos e ex-prefeitos paulistas foram condenados no intervalo de um ano por atos de improbidade, contida anuário do Tribunal de Justiça do Estado, é um grande alerta ao eleitorado que no dia 2 de outubro  comparecerá às urnas para escolher os governantes municipais para o exercício 2017-2020. Aponta para a necessidade de, antes de decidir em quem votar, procurar saber exatamente quem são os candidatos, o que fizeram e o que prometem realizar. É impossível acreditar que todos os condenados e afastados de seus cargos tenham se tornado pessoas duvidosas somente depois das eleições.

               Mesmo com a desmotivação que há anos toma conta do eleitorado na medida em que a imagem da classe política vai se turvando na esteira de escândalos políticos e administrativos, precisamos entender que se votarmos apenas para cumprir um dever, estaremos facilitando que figuras impróprias assumam os governos e as Câmaras Municipais. O grande protesto contra os maus é procurarmos os bons e neles votar. E, convenhamos, o ideal não é simplesmente verificar se o candidato sofre ou não algum tipo de processo policial ou judicial, mas saber qual o seu comportamento na comunidade e as suas propostas de trabalho para quando eleito.

               A Justiça Eleitoral já possui um filtro que impede os criminosos contumazes de participarem do processo eleitoral. Evidente que, em função de recursos disponíveis no ordenamento jurídico nacional, alguns ainda conseguem passar pelo crivo e lançar suas candidaturas. Mas, mais importante do que saber o passado criminal do candidato é analisar o que ele pretende fazer. Se suas propostas são sensatas ou apenas promessas irrealizáveis destinadas a ganhar o voto. Esses precisam ser alijados, para o bem da comunidade.
            
   Quando um município tem a infelicidade de precisar afastar seu prefeito ou cassar o mandato de vereadores, todos os munícipes perdem. A máquina pública deixa de cumprir suas finalidades e vem a estagnação, a perda de oportunidades e até crise econômica. É a reprodução local do que hoje ocorre a nível nacional em função das gestões para o afastamento da presidente da República. Todo para e o povo é quem sofre a conseqüências.

               Por essa razão, quando for abordado pelos candidatos, ou por suas campanhas, na abra mão de saber quem é o concorrente e quais as suas ligações e propostas. O eleitor não pode correr o risco de eleger quem vá ao poder para tratar apenas dos próprios interesses e, em vez do Executivo e Legislativo serem independentes, tornarem-se aquelas peças de um “acórdão” onde o prefeito faz de conta que governa e os vereadores apenas fingem fiscalizar. Quando isso acontece, são quatro anos de retrocesso.   
 
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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