15/02/2016 - 11:35
A política e o desenvolvimento
O anseio pelo desenvolvimento nesta cidade é um assunto recorrente e sem medo de errar podemos afirmar que é unanimidade dentre os cidadãos. A cada eleição de prefeitos e vereadores surge uma expectativa, a cada novo mandato de governo e deputados outra expectativa ainda maior.
A cada dia que passa nota-se um número cada vez maior de cidadãos a beira do desânimo, naquele limiar entre jogar a toalha ou dar mais um tempo pra ver se vislumbra o tão esperado desenvolvimento. A nossa juventude de uma forma geral, já não está nem aí para o assunto. Muitos cresceram desesperançados e não tem qualquer motivação política para tal. Isso é grave, temos que mudar essa realidade.
O desejo de ver um desenvolvimento surgir como um eldorado, do dia para a noite, é algo que ficou impregnado na mente da população cacerense a partir do lançamento do projeto da ZPE. Desde então, a política local e regional, de forma cética, fixou os olhos nesse projeto e deixou as potenciais fontes de desenvolvimento desta terra de lado, para alavancá-las juntamente com esse projeto. Esse foi nosso equívoco.
Para as políticas da baixada Cuiabana, do sul e do norte do estado, foi um prato cheio, pois o tempo passou e esse eldorado não surgiu, por outras bandas o Estado se desenvolveu e nós por aqui em termos de desenvolvimento ficamos “xupanomanga” e “morrendo abraçados”, termos muito comum entre cuiabanos e os gaúchos.
A realidade está em que temos que colocar os pés no chão e ver que temos grandes potenciais para desenvolver esta cidade e região, e que estão inexplorados. O que precisamos é deixarmos de lado as picuinhas e fortalecer a política local e regional, para fazer um enfrentamento aos interesses das demais regiões e mostrar aos governos estaduais e federais esses potenciais, para que com isso, possam se sensibilizar e destinar recursos que a cidade merece não apenas por esses potenciais, mas sobretudo pelo seu valor histórico para este estado e porque não dizer ao país.
Uma cidade com liderança regional que somos na produção de carne, com o potencial turístico tendo como ícone o Rio Paraguai, a educação através da nossa grande Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, a saúde com a presença do Hospital Regional e um curso de medicina, a localização geográfica que bem por isso exige presença do Exército Brasileiro, da Marinha e demais forças de segurança, não pode ficar vivendo de migalhas dos governos estaduais e federais.
A Política regional tem que entender que o povo não suporta mais e esta cidade não pode sobreviver de repasses para uma ou outra festa ou festival.
Os partidos políticos, mesmo aqueles que não elegeram representantes nos legislativos municipais, estaduais e municipais, tem que fazer frente a esse fato, não podemos mais ficar inertes a isso. A administração municipal não dá conta de implementar infraestrutura numa cidade deste porte com recursos próprios, até mesmo pela ausência do desenvolvimento.
Exigir do governo Federal e Estadual maior presença no Estado é uma obrigação que a situação nos impõe. O cidadão desta terra está submetido a toda sorte de Leis deste país e bem por isso, está sujeito a todas as penalidades e cargas tributárias impostas sem que tenha o direito de usufruir de maiores contrapartidas fornecida pelos Entes Federais e Estaduais.
O cidadão em grande parte já adquiriu a consciência da preservação ambiental, mas onde estão as ações dos governos na área do Turismo? Se não surgir, teremos que dar mais carteiras a pescadores profissionais e com isso, mais agressão ao rio, sem contar que ninguém fala em qualquer projeto para tratamento das águas do sangradouro.
Investir nesses potenciais com certeza aflorará o desenvolvimento, óbvio que não tão rápido como desejamos e a situação exige, porém com segurança e sem ameaçar nossa cultura, nossos costumes, nosso Rio Paraguai e por fim a qualidade de vida que temos aqui.