Artigos / Airton Reis

08/01/2016 - 11:15

Prisma político, pirâmide social

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 (Crédito: Arquivo)
       Pátria corrompida. Imagem política desfigurada. Geometria institucional alterada. Ângulo distorcido. Poder dormente. País sem presidente. Nação desgovernada. Palácio sem nenhuma alvorada. Madrugada. Quadrantes e quadrilhas. Cães das mesmas matilhas. Poupança confiscada. Esperança de mudança prorrogada. Base insustentável. Oposição deplorável. Ordem lamentável. Progresso comercial de porta fechada. Congresso Nacional de fachada. Tudo falta. Nada sobra. Tudo se esvai. Nada permanece. O povo brasileiro padece. Tudo parece. Nada diferencia. Tudo convertido em demagogia. Nada de democracia. Por ora, desterro constitucional. Aonde o prisma político? Quando a pirâmide social?
 
       Prisma convertido por mais de uma ação. Pirâmide resultante da mesma inflação. Prisma variado. Pirâmide sem predicado. Prisma do voto negociado. Pirâmide da cidadania perdida. Prisma da mordomia incontida. Pirâmide invertida. Prisma da intriga mais do que palaciana. Pirâmide em ruína republicana. Prisma rabiscado. Pirâmide do eleitor não representado. Prisma do leite derramado. Pirâmide em deserto nada natural. Prisma em dispersão governamental. Pirâmide do paraíso fiscal. Prisma do assistencialismo institucional.
 
       Com quantos pontos uma linha reta é traçada? Por quantos anos a reforma política continuará estacionada? Respostas encontradas em mais de uma opinião. Catetos sem hipotenusas. Teoremas sem solução. Trigonometria da exclusão. Estrela ou constelação? Hino ou Brasão? Circo sem pão. Ribalta apagada. Nível sem prumo. Governabilidade sem rumo. Fumo transado. Fogo no cachimbo. Limbo em mais de uma praça. Sinal de fumaça. Indício da trapaça. Façanha da improbidade. Metade da metade. Liberdade, liberdade: Para onde seremos conduzidos? Quantos mortos? Quantos feridos? Quantas balas sem autoria? Quantas vidas sem valia? Poesia? Para quem? Hipocrisia até quando? Quadrilha ou bando?
 
       Bandalheira orquestrada. Maestrina da batuta camuflada. Cara feia. Cara da fome continuada. Cara sem coroa real. Cara de pedregulho. Cara de metal. Cara metade. Cara da calamidade urbana e rural. Cara do lixo sem lixão. Cara do ensino sem educação. Cara da saúde sem prescrição. Cara da violência sem solução. Cara do desenvolvimento estacionado. Cara do infante infrator. Cara do delatado. Cara do delator. Cara do denunciado. Cara do investigado. Cara retratada. Cara procurada. Cara encontrada.
 
       Ano novo iniciado. Ano do povo indignado. Ano do ovo estrelado na mesma frigideira. Ano da verdade verdadeira. Ano da vigilância além de uma fronteira. Ano da conta e do contador. Ano da fatura deveras faturada. Ano da virada mais do que planejada. Ano do Sol além do Palácio da Alvorada. Ano da urna eleitoral consultada. Ano olímpico na terra desterrada. Janeiro já é. Em fevereiro, tem carnaval. Em março, quiçá seja restabelecida a Égide da Carta Magna Constitucional.
 
       Por hora, mais um conto sem final feliz. Por ora, a mesma ferida, a mesma cicatriz. Em terra de aprendiz, um companheiro nem sempre é um mestre. Ao final, tudo condiz com o ditado popular: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Prisma por prisma, cada vez sei que menos sei. Pirâmide por pirâmide, tábua da mesma lei. Por ora nós escrevemos, opinamos e assinamos. Desenhar? Nós ainda aprenderemos com os que honram o título de mestres republicanos. Basta de desenganos. Basta de desenganados. Basta dos direitos e dos deveres retaliados. Nossa obrigação? Versos compartilhados!
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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