Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

06/01/2016 - 22:00

Um ano começando à deriva

            Os primeiros dias de 2016 surgem carregados de apreensividade. Os números de 2015 ainda não foram totalmente fechados, mas são negativos. A preocupação de todos os brasileiros é sobre quanto o mau desempenho do ano passado pode impactar o Brasil de 2016. Existem analises para todos os gostos. Os economistas descomprometidos com segmentos políticos não escondem sua preocupação com a possibilidade de vivermos um 2016 tão incerto quanto foi o 2015 ou até pior. Só o governo federal ainda é capaz de fazer perspectivas otimistas e anunciar medidas de desenvolvimento dentro do clima de falta de recursos e – principalmente – de credibilidade.

            Enquanto isso, o Poder Legislativo – 513 deputados e 81 senadores – goza as férias de verão, deixando nas gavetas de Brasília as decisões que tem de tomar sobre o pedido impeachment da presidente da República, as reformas e uma série de providências que deverão determinar a vida nacional desse e dos próximos anos. É um direito constitucional dos parlamentares, mas o difícil é explicar ao cidadão comum que, num momento crítico como esse, onde há que se decidir sobre a troca ou não de um governo cheio de problemas, os representantes do povo, em vez de trabalhar, estão veraneando.
           
Deputados e senadores suspenderam suas atividades, na capital federal, dia 22 de dezembro. Agora, passado o Natal e o Ano Novo, quando todos os brasileiros voltam ao trabalho, na construção de um novo ano, os congressistas continuam em férias. Só voltarão ao trabalho no dia 15 de fevereiro, depois do carnaval. O correto seria voltarem em 1º de fevereiro mas, com o carnaval entre os dias 6 e 9, todos sabemos como acontece no planalto central. Cada um fica em sua cidade ou região.


            Embora haja a certeza de que, independente do resultado – pró ou contra o afastamento da presidente -, o Brasil ainda continuará como um grande país cheio de oportunidades, os investidores esperam pela decisão para depois fazerem os seus negócios. Por conta do recesso parlamentar de fim-de-ano, o Brasil estará parado por 50 dias. Só a partir daí é que deputados e senadores voltarão a discutir o destino da governante e do país. Até lá seremos um barco à deriva. Oxalá, quando voltarem, decidam logo e, com isso tirem a Nação desse nefasto clima de transitoriedade ou que – melhor ainda – suspendam o recesso ainda em janeiro...    
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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