Artigos / Wilson Fuá

19/12/2015 - 10:03

As filas das creches

                Até quando ainda veremos as filas formadas pelas mães sofridas e expostas nas portas das escolas e das creches?

              Até quando a educação ficará sem constar nos planos de prioridade dos Municípios, do Estado e da Nação?

              Toda fila é humilhante, agora passar dias nas portas das creches para entrar em outra fila por um direito desrespeitado, é muito pior. Todo ano é a mesma coisa, mães lutando pelo direito a uma vaga para seus filhos em creches,  e  diante do tumulto e cobrança da mídia, não vemos pelo menos um vereador, porque eles estão preocupados lutando pelo aumento da “Verba Indenizatória”.

             Mas, nesse momento tumultuado nas portas das creches, é escalada uma funcionária para falar, pois ela  ocupa um cargo espetaculoso e não perderá votos, e seguindo o ritual, ela vem  a público, com um certo tão de arrogância, dizer que: “infelizmente, o município não tem vaga para todos e que no “ano que vem”, garantimos que “ano que vem” não haverá mais filas, e as barracas não precisarão ser instaladas nas portas das creches, pois o município tem em projeto para construir  “mil e uma creches”, ou seja, em cada bairro terá uma creche, por isso, saiba que no “ano que vem” teremos eleições e precisamos do seu voto para que isso torne realidade.

                   Os dirigentes não estão pensando em uma saída para as crianças, tirando-as do comprometimento do imobilismo para dotá-las de atividades  criativas, tirando-as da frente da televisão que deseduca com cenas de sexo e passando a imposição de vidas erradas e procedimentos incorretos em relação à questão da ética e da moral, e o que falar sobre os efeitos dos “Vídeos Games”  que impõe a filosofia da violência, causando influência sobre as crianças e comprometendo  da geração futura.

          Não adianta aumentar a capacidade das vagas nos prédios dos presídios, ou mesmos diminuir ou aumentar as penas. Torcemos para que os educadores independentes possam candidatar-se e que em todo país, tenha pelo menos um “professor vereador”  e que este possa construir  projetos de reforma do sistema escolar, com projeto que possa retire as crianças das ruas e que busque discutir  essa formação ativa e com formação reflexiva, que concebem escolas com período integral, pois as verdades das ruas estarão sempre levando os jovens para uma vida vazia e muitas vezes vadia.

          O poder público está preocupado apenas com as próximas eleições e com inaugurações de prédios. As nossas crianças estão sendo levadas para as ações violentas do mundo e que os dirigentes irresponsáveis pouco importam. E círculo vicioso, a sociedade recebe como subprodutos da deseducação: os assaltos, os estupros, um tiro que tira a vida de alguém próximo. Chegou o momento de se discutir, com profundidade a formação dos jovens, a educação integral e mudança das grades escolares, e não das grades das cadeias.
         
 Do jeito que o nosso presente vai, tendo os criminosos de rua,  invadindo as casas, com os assaltos e os assassinatos acontecendo em cada esquina desta cidade, daqui a pouco, veremos políticos irresponsáveis propondo: a Redução da Idade Penal” e “Pena de Morte para os menores”, gerando infanticídios aos filhos dos outros, ao invés de buscar a instalações de creches e escolas com tempo integral e profissionalizantes.
           
    É preciso propor a discussão do tamanho dos espaços públicos estruturados, e não aos interesses privados: queremos jovens preparados para andar com as próprias pernas, competentes e responsáveis. Mas, vemos apenas a privatização da educação e a proliferação de fábricas de diplomas. Dê uma olhadinha em sua volta e verá jovens diplomados que não sabem ao menos escrever, muito menos fazer as quatro operações mínimas da matemática.
  
          Como mudar?

          Saiba votar em candidatos que tenham por responsabilidade a formação das nossas crianças, e que estejam comprometidos com a formação reflexiva dos nossos jovens, e a favor de propostas de emendas constitucionais que  transformem em pena máxima (perpétua) para os segmentos que abusam  das crianças e dos jovens: os doentes mentais  pedófilos (abusadores das crianças);  traficantes (os abusadores dos jovens) e os corruptos (abusadores dos recursos públicos da educação). 

           Daqui a pouco a sociedade terá que formar uma Associação dos Carentes de Creche e dos Sem Escolas, enquanto não se buscar o extraordinário para o momento atual, o futuro será mais violento e sem sentido.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
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