Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

11/11/2015 - 17:09

A polêmica reorganização escolar

          Professores, funcionários e alunos de um grande número de escolas públicas de São Paulo promoveram ruidosas manifestações por toda parte diante da notícia – divulgada em setembro pelo secretário Herman Voorwald, da Educação – sobre a reorganização da rede que implicaria no fechamento de escolas e o agrupamento dos estudantes por faixas etárias. O cronograma previa a adoção de todas as medidas administrativas para, no próximo sábado, dia 14 de novembro, o chamado “Dia da Educação” a equipe de cada escola conversar com os alunos e seus pais ou responsáveis, informando-os sobre a proposta e ouvindo suas queixas e reivindicações enquanto clientes da rede.

          A notícia ainda extraoficial sobre o fechamento de determinadas unidades colocou não só a comunidade escolar como a classe política em movimento de pressão ao governo. Depois de lançada a notícia da reorganização, o secretário da Educação e o governador, apesar dos esforços, não conseguiram convencer a comunidade sobre o acerto das medidas. Professores, pais, alunos realizaram passeatas e protestos por todo o Estado e, no dia 23 de outubro, o governo divulgou uma lista contendo as 94 escolas que deverão ser fechadas e a notícia de que alunos serão realocados em unidades diferentes das onde hoje estudam. Ficou claro, pelo menos para quem está fora do governo, que as medidas já estão tomadas, pois não se esperou a reunião com pais e alunos para ouvir o que pensam e anunciar as mudanças e fechamentos.

          Prefeitos dos interior protestam contra o fechamento de escolas tradicionais em suas cidades. Pais e alunos reclamam que a mudança de prédio (mesmo que seja só até o limite de 1,5 quilômetros da escola original) será um transtorno às famílias. E os próprios funcionários, com certas cautelas, também se dizem contrários à proposta reorganização.

          Embora possa trazer benefícios ao processo educacional, a reorganização tornou-se um fantasma para toda a rede escolar paulista. Tanto que alunos ocupam escolas na capital em forma de protesto, os órgãos de professores e funcionários se pronunciam contra e os prefeitos se dizem insatisfeitos. Num país que já vive tantos problemas, é uma temeridade o governo paulista mexer, numa hora dessas, num setor tão sensível e que, bem ou mal, está em funcionamento. O encontro de sábado com a comunidade escolar tende a se transformar em problema e não solução. Talvez seja mais fácil o governador trocar o seu secretário da Educação e deixar a reorganização da rede para um melhor momento e com estratégia de comunicação mais eficiente. Recorde-se que o governador do Paraná também iria fechar escola mas, diante da reação negativa da comunidade, desistiu da idéia...
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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1 comentário

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  • por Astrogildo Pereira, em 12.11.2015 às 22:04

    "O fechamento de escolas Embora possa trazer benefícios ao processo educacional". Quais são esses benefícios que o milico quer fazer menção? Gonzaga, vc é um jornalista que não observa as matérias que publica ou é um reacionário de carteirinha que merece ser combatido. A mais de ano vc publica uma série de colunistas que de fundo defende o retrocesso para o Brasil em vários aspectos. E, o pior, anda estimulando que o Sindicato dos Servidores Municipais aprofunde suas relações com a corrupta e burocrática Força Sindical / Solidariedade para fazer uma oposição "mequetrefe" contra o péssimo prefeito cacerense. Contudo, acho que agora vc chegou ao fundo do poço a publicar um artigo que defende o fechamento de escolas e, para piorar, sendo casado com uma professora... Acorda Gonzaga, ter diploma de jornalismo não vai lhe garantir a continuidade do seu status em Cáceres. Logo, logo, os próprios filhos da elite cacerense - que foram fazer jornalismo fora - vão lhe questionar e abrir concorrência e, ainda, vão lhe chamar de fascista e conservador. Ai vc vai ter que viver com seu salário de servidor público ou se encosta não sua esposa professora... isso se ela tiver escola para dar aula no futuro.

 
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