Artigos / Airton Reis

28/09/2015 - 11:56

Mato Grosso: Mais para quem?

       Um passado nem tão distante assim. Um princípio, um meio, um fim. “Mais por você”, em slogan questionado. Mato Grosso, um Estado federado. O público confundido com o privado. Copa sem legado. VLT paralisado. Lesados e lesadores. Delatados e delatores. Circo dos horrores. Picadeiro dos pseudos administradores. Ribalta em ribanceira. Rio ou ribeirão? Seixo rolado ou ouro de aluvião esgotado num mesmo manancial? X de xadrez além de um tabuleiro em evasão mais do que fiscal. X da mesma questão nas pautas de mais de um tribunal.

       Sinal vermelho. Espelho, espelho meu: Quem parou? Quem avançou? Quem colidiu? Quem prometeu e não cumpriu? Respondam vocês eleitores de outrora. A poesia não sobrevive de migalhas ofertadas em esmola. A poesia também se aprende numa escola. A poesia tem vez e tem hora. A poesia não tarda mediante os percalços praticados por uma “velha senhora” chamada corrupção. A poesia se faz de grão em grão. Todavia, a poesia não se estoca em qualquer celeiro. A poesia se cultiva em mais de um canteiro. A poesia é obra realizada por de mais de um obreiro.

        Diário sem chave e sem travessão. Diário da mesma falácia propagada em mais de um canal de televisão. Diário de quem te viu, de quem te vê, e, de quem te verá. Diário de Mato Grosso desfalcado. Diário de Cuiabá. Opinião em versos livres. Opinião em palavras comentadas. Opinião em letras, por hora, ainda não censuradas. Páginas viradas. Páginas por desfolhar. Páginas lavradas pelo verbo poetizar. A quem temer? Maldizer ou apedrejar? Calar é consentir? Escrever é divagação? E lá se vão milhões e bilhões debulhados. E cá nos encontramos, nos mesmos versos publicados.

       Policarpo sem quaresma. Seis por meia dúzia. Laranjeira sem flor. Mais de um devedor. Mais do que uma Sodoma em pleno vapor. Salto alto desconcertante. Nariz de Pinóquio falante. Melindro ou meliantes? Espumas flutuantes. Navegadores ou navegantes? Farsas praticadas por diversos farsantes. Massa do mesmo pão amanhecido. Bagaço de um mesmo Poder constitucional corrompido. Dito pelo não dito. Benedito sem cura. Melado ou rapadura? Fura bolo ou mata piolho? Cadeado arrombado. Chave do mesmo molho. Mão molhada. Quadrilha em quadra. Quadrante da administração pública defasada.

       Hora marcada. Minuto crucial. Segundo do devido processo legal. Vamos aguardar. Vamos comentar linha por linha. Tapioca não é farinha. “Batatinha quando nasce esparrama pelo chão”. Lambada ou samba sem canção?  Fim do bailão. Fecha o salão. Copa ou cozinha? Escaldado ou canja de galinha? Ovos quebrados. Pães torrados. Colarinhos mais do que engomados.

      Mato Grosso em pratos ensaboados. Mato Grosso em fatos mais do que comprovados. Mato Grosso dos políticos denunciados. Mato Grosso: Mais ou menos? Mato Grosso diante da “Transformação” que queremos em tempo real. Nós, por ora continuaremos livres em expressão genuinamente gramatical. Eles, sem delongas nas grades de uma prisão mais do que legal. É pau ou é pedra? É o vil metal!

       Se, si, consigo. Me, mim, comigo. Te, ti, contigo. Joio é joio. Trigo é trigo. “Lé com lé; cré com cré”. Pingado nem sempre é leite com café. Milho torradinho socado nem sempre é pixé. Mão no pilão. Toca a viola. Dança do rasqueado mais do que cuiabano. Movimento democrático ou fragmento em nada republicano? Limpa o banco. Pé de valsa. Ressoa o pistão. A mesma praça. O mesmo palácio. A mesma canção. O mesmo Hino. O mesmo Pavilhão. A mesma traça. A mesma trapaça. A mesma conta. A mesma investigação. A mesma interrogação. Mato Grosso: Mais para quem?

“Limitando, qual novo colosso,/O Ocidente do imenso Brasil,/Eis aqui, sempre em flor, Mato Grosso,/Nosso berço glorioso e gentil!/Eis a terra das minas faiscantes,/Eldorado como outros não há,/Que o valor de imortais bandeirantes/Conquistou ao feroz Paiaguá!/Salve, terra de amor,/Terra de ouro,/Que sonhara Moreira Cabral!/Chova o céu/Dos seus dons o tesouro/Sobre ti, bela terra natal!/Terra noiva do Sol, linda terra/A quem lá, do teu céu todo azul,/Beija, ardente, o astro louro na serra,/E abençoa o Cruzeiro do Sul!” (Trechos do Hino de Mato Grosso – Dom Francisco de Aquino Corrêa).
Airton Reis

por Airton Reis

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