Artigos / Wilson Fuá

21/09/2015 - 08:25

Os bandidos políticos não ficam na cadeia

       O grande teatro da vida é composto de pessoas que diariamente buscam um lugar ao sol, e que diariamente estão a partilhar sonhos e seguem trabalhando para realizar os seus objetivos, respirando e ingerindo os mesmos venenos dos agrotóxicos para o país equilibrar a Balança Comercial, ou fazendo parte da massa desesperada no movimento de idas e vindas participando do frenético trânsito transportados como se fosse gados, vivendo sem saber da importância do seu voto para promover as mudanças na sociedade como um todo, pois o importante é saber que tudo na vida envolve política, pois é através da melhor escolha dos dirigentes dos cargos públicos que se gera a perspectiva de melhorar o transporte, minimizar a violência e projetar um sistema público educacional que democratize o saber. 

                   A escolha de um dirigente político não é muito simples, porque envolve: ética, caráter e liderança. Hoje a política deixou de ser coisa séria, os candidatos contratam o profissional da moda com o nome pomposo, chamado de “marqueteiro”, e esses entendidos em política são contratados a peso de ouro, sendo disputados a tapa no mercado e a cada eleição são mais  valorizados. E nas campanhas, esses candidatos deixam de lado os problemas sociais e as dores do povo, que estão jogados nos corredores dos hospitais e prontos socorros, deixam de propor melhoria no sistema educacional que é a melhor forma preventiva contra a violência e criminalidade desenfreada que tomou conta das ruas, mas a esses políticos irresponsáveis pouco importa se as pessoas são transformadas em alvos na mira das pistolas dos menores assassinos e passam a viver às 24 horas das suas vidas na angústia de ser a próxima vítima. 
                      
Após as eleições, infelizmente a verdade das urnas chega sempre de forma atrasada, depois das eleições é que vem a realidade e a verdadeira face do candidato, aí meu amigo, só resta chorar as dores do arrependimento de ter votado num enganador travestido de político, que nas campanhas e nos debates exibiam o poder de saber sobre tudo e dava receitas para tudo, desde remédio para a infelicidade e até modelo de gestão, mas o grande responsável é o próprio povo, que tem memória curta e esquecem até em quem votou na eleição passada. 

                  Tudo começa errado na política, como explicar aos jovens nesta cidade, que vivem em busca de um lugar ao sol, esperançosos e que ralam estudando e trabalhando, fazendo sua especialização, mestrado e doutorado, como explicar a esses jovens, que neste país: “tudo é assim”. Porque neste país, tudo está invertido, pois para exercer o menor cargo público como o de Gari, exige grau de escolaridade e referências, mas para os cargos mais importantes da nação, são de livres nomeações, são os chamados cargos de confiança e o que falar dos cargos eletivos, não se exige legalmente nenhuma formação, basta estar apenas filiados. É por isso, que existem muitos integrantes do meandro político seguindo pelos descaminhos, desviando recursos públicos e dando muito trabalho ao MPF com seguidas investigações e com certeza no futuro desses seres repugnantes, estarão incluídos nas próximas operações da Policia Federal.

                        Escolher uma carreira é a grande tentativa de equilíbrio e ascensão social para muitos jovens, mas para alguns políticos, por acreditar na impunidade, segue a preferência pela vida desonesta de meter as mãos nos recursos públicos, a emoção dos políticos corruptos é ter a sensação de andar na corda bamba do grande circo da vida, porque acreditam sinceramente que se cair nas mãos da Polícia Federal, terá sempre uma rede elástica dos seus advogados a esperá-los, com a possibilidade de conseguir a liberdade do corpo – “Habeas Corpus”, pois neste país os bandidos políticos não ficam na cadeia por muito tempo, basta usar o dinheiro roubado. 
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
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