Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

23/07/2015 - 09:49

Punir os mandantes e os beneficiários

Outrora orgulho nacional, com obras espalhadas pelo mundo, as empreiteiras brasileiras aparecem hoje como vilãs e indutoras da corrupção. Tanto que seus dirigentes e executivos estão presos, alguns já condenados e outros certamente se complicarão por terem participado do descoberto vale-tudo das licitações fraudulentas e do propinoduto que se instalou para irrigar contas, campanhas eleitorais e a ganância dos detentores e participantes do poder. Depois do malcheirosomansalão, eclodiu o criminoso esquema Lava-Jato e, em paralelo outras falcatruas que levaram para o esgoto a reputação de figuras que, até em tão, se colocavam como depositárias da moralidade nacional e até internacional.

O Brasil, principal economia do continente, que já foi a sétima do mundo, perde a grande oportunidade de exercer a hegemonia regional e emparelhar-se com as grande potências mundiais porque os esquemas aqui gerados são fraudulentos, encharcados pela corrupção e esbarram em peças chave do governo. Nosso processo político foi poluído com as falcatruas do mensalão, nossa principal estatal, que era uma das maiores do mundo, foi sangrada por aqueles que tinham o dever de protegê-la e as nossas empresas, detentoras de grande cabedal técnico, caem para a categoria de reles e criminosas fraudadoras.

Os malfeitos foram tão grandes e seus executores tão ousados que, hoje, sua nódoa ameaça importantes figuras do governo, do parlamento e até da justiça. A prisão e o apenamento dos fraudadores – empreiteiros, servidores corruptos e outros – é um imperativo de partida, mas não basta. A justiça não pode tardar na punição aos mandantes e beneficiários de toda a roubalheira que se tem apurado. Além daqueles que sujaram suas mãos com o dinheiro da corrupção, é preciso colocar um paradeiro aos que dele se beneficiaram.

Outra importante questão. Os malfeitos e corrupções, por si, já causam grandes prejuízos ao país. Urge adotar mecanismo para que o mal não contamine a economia ou pare o governo. Há que se apurar e punir rigorosamente todos os errantes, sejam quem forem, mas o povo, que já é vitima ao ver dilapidado o patrimônio construído com o seu dinheiro, não pode ainda ser prejudicado com o desemprego e os males de uma paradeira econômica. Coloque-se na cadeia os corruptos, substitua-se o governo se ele não agüentar, mas não se permita que o povo, mais uma vez, pague com sofrimento os erros cometidos pela elite criminosa e irresponsável....
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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