14/07/2015 - 12:47
Saindo da rotina
As pessoas vivem fugindo de tudo que as possam comprometer e ficam a duvidar que é possível apreciar o espetáculo da vida sem ter o controle de tudo que as cercam. Em decorrência do cultivo de inseguranças e medos, vivem do imediatismo e do momentâneo tentando suprir carências que lhes distanciam da essência que realmente identifica e alimenta o ser que somos.
Desta feita, quando as oportunidades que são raras deixam de atender ao nosso ego imediato, nos fechamos para o meio em que vivemos e uma simples brincadeira diferente e/ou qualquer movimento de descontração, pode desencadear reações de intolerância, comportamentos inadequados e expressões agressivas, com traços marcantes de irritabilidade e mau humor, abrindo assim, espaço para a instalação da doença do século que mansamente arrebata e toma conta das pessoas essencialmente materialistas, estimulando em muito a ansiedade: que as vezes pode levar a depressão.
Existem indivíduos que, quando se sentem abandonados pelo mundo, suportam e administram com tranqüilidade a solidão, entretanto, por outro lado, há pessoas que em condições idênticas, se entregam e se perdem no desequilíbrio, oportunizando que o vazio se instale na alma e que a depressão elimine a luz e o colorido da vida, onde mesmo que a beleza e o calor afetivo familiar se mantenha constante ao seu derredor oferecendo-lhe suporte emocional incondicionalmente, nada se altera no quadro de satisfação interior.
As pessoas só serão verdadeiramente livres quando deixarem de ser escravas das culpas e cobranças do passado, das inseguranças do presente e das preocupações com a estabilidade econômico-financeira e a possíveis perdas que podem acontecer no amanhã.
Ser livre representa ter tempo para viver intensamente às coisas simples que se ama sem se importar com a mensuração da sua dimensão e sobre o tempo exigido para vivê-las, apreciando-as minuciosamente. E acima de tudo, ser livre é manter um caso de amor com a própria existência, aceitando o passado e o presente como são, enfrentando, compreendendo e desvendando seus mistérios sem criar expectativas negativas sobre o tempo futuro que está por vir.
por Wilson Fuá
É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
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