Artigos / Wilson Fuá

10/07/2015 - 09:52

O jornalismo

 Hoje, diferente dos anos duros da ditadura militar, existem outros tipos de censura.  A principal delas, é a do poder econômico, que é invisível e covarde. Quantos jornalistas, ao produzir um texto no seu livre pensar, justo e ético, corajoso e responsável, correm o risco de pagar pesadas indenizações ou mesmo irem para a cadeia, ou no mínimo ficar sujeito ao trabalho comunitário, ou passar a vergonha de pedir desculpa humilhante ao sensor repugnante chamado poder econômico? 
        
Na faculdade, faz-se a leitura do que é ser ético, e muitos alunos pensam que para ser "ético" basta fazer aquilo que é correto, e justamente por ser correto é ético. Mas, no exercício da profissão, à medida que um jornalista defende uma causa correta e passa esperar algo em troca do bem que se fez, ele pode ser qualquer coisa, menos um jornalista ético, pois deixa de lutar pela causa nobre e passa a buscar algo para si.


           O jornalista, ao expor seus pensamentos, será sempre aplaudido ou incriminado por tudo que se posicionar em sua tese, mesmo que seja contrário a tudo que ele pensa, senão o seu texto passa a ser qualificado de obra censurada.

         Os jornalistas são naturalmente contaminados pelos meios sociais, e logo os seus pensamentos deixam de ser individualizados e passam a ser de um segmento do ente social.
           

Nós passamos conhecer um jornalista pelo que ele se manifesta, de forma verbal ou escrita, pois a livre manifestação deve ser aceita em toda sua magnitude. Quantos jornalistas não usam o medo como um mecanismo de defesa ou um estado de alerta, em nome sobrevivência no seu trabalho ou em nome do seu salário. Agora, quando o medo passa a ser usado como desculpa para omissão ou submissão, é o fim da essência do profissional investigativo.
         

Quantos jornalistas, em nome do seu salário, são forçados a produzir textos em nome de uma força castradora e direcional, e ver que seus textos serão publicados para implantar uma dominação, para ferir sentimentos, para contrapor em forma de bloqueio o senso crítico individualizado?
           

Existem  segmentos que são grandes defensores da livre manifestação ou expressão, desde que essa liberdade não ultrapasse os limites do retorno do seu empreendimento, do seu ganho político ou da dominação religiosa.
          

Neste mundo globalizado, tudo virou negócio, e contrariar interesses é extremamente preocupante para aqueles que pensam e manifestam. Por isso, quando vemos um texto expresso nos meios de comunicação, temos a difícil missão de saber se aquele pensamento é puro ou é contaminado.
       
Por tudo isso, que considero o  Jornalismo como a profissão mais humana e mais emocionante que existe.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
+ artigos

Comentários

inserir comentário
0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet