O excesso de eleições nunca se constituirá num mal, pois a eleição futura sempre corrigirá a passada, e só aprenderemos a votar, votando. Um pleito eleitoral tem o poder de colocar candidatos vendedores de sonhos e ilusões, frente a uma multidão anestesiada pela esperança de encontrar um perfil de administração que concilie sonhos e realidades e que traga como meta maior a proposta de uma cidade organizada, confortável, e que traga satisfação, respeito e orgulho a seus munícipes. É um ato de extrema importância e responsabilidade, participar de um processo eleitoral, onde através do voto, passaremos uma procuração a um homem travestido de político que dirigirá por longos 04 (quatro ) ou 05 (cinco) anos, dependendo da reforma eleitoral, o futuro de nossa cidade.
A população estará elegendo no próximo ano, o Prefeito IDEAL, período em que vários projetos de governo aparecerão nos debates eleitorais, alguns com propostas visionárias, na pretensão de preparar a cidade para o grande processo de mudança e modernização, mantendo originalmente as heranças históricas e festeiras que os nossos antepassados nos legaram, sem que precisassem se utilizar de fórmulas mágicas e varinha de condão. Na época, realizaram o que era necessário e possível, enfrentando as dificuldades que eram gigantescas em função dos escassos recursos, na maioria das vezes, compensados com muito trabalho, dedicação, sonhos e forte persistência. Edificaram esta linda cidade, não se importando em quantos pedaços ficariam fragmentados o planejamento original, pois a carência da cidade sempre foi infinita, e o futuro sempre cobrou pelo que não foi realizado, pois as necessidades não cessam com o decorrer do tempo, esperando que o Prefeito de plantão conserte os equívocos de uma administração que praticou excessos de sonhos sem dispor de recursos para tal e que frustrou de maneira drástica a capacidade de sonhar do seu sucessor.
Ao povo cabe avaliar o que os esperará na esquina do ano de 2017, pois através de longas evidências já constatamos que a eleição é como uma loteria, e que ao escolhermos um governante, experimentamos uma sensação de felicidade, “meio que hipnotizados” pelo poder do marketing político que massifica inverdades, e estimula nossos sonhos, pelas sequencias e repetições contínuas de alternativas de mudanças.
Toda essa festa da democracia leva o povo a acreditar em propostas de um mundo melhor, e de forma mágica os distancia das conquistas possíveis e reais, diminuindo significativamente, o poder de avaliação e consciência, onde tudo que se apresenta pouco, se submeterá a uma proposta aparente de repentina transformação, que num tempo bem próximo, evidenciará o que exatamente é real.
Em dois mil e dezesseis, ano eleitoral, muitos dos nossos contemporâneos voltarão a acreditar em fórmulas mágicas, em projetos faraônicos, cultivando a ilusão de que os serviços públicos, terão melhor qualidade, eficiência, padrão internacional, e que em breve, todos os sofrimentos e dores passarão a constituir em fatos do passado. Valendo ressaltar ainda o sonho decantado de um transporte público, com “estações” refrigeradas, frigobar e bibliotecas, além de poltronas de massagens.
Pois é, a política tem esse poder de envolvimento e transformação, levando as pessoas a sonhar e a acreditar que realmente daremos um pulo na qualidade de vida da cidade e que juntos aprendemos a respeitar e amar intensamente. E na maioria das vezes temos que nos perdoar também, por achar que "desta vez" será diferente. Tomara que ninguém diga ao povo que tudo isso são bobagens, pois certamente seria uma tragédia para a democracia brasileira se perdêssemos também a capacidade de viver e alimentar nossos sonhos mais sublimes.