Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

05/06/2015 - 13:39

Pedindo aos céus, contra a corrupção

Todos nós, brasileiros, temos sido bombardeados pela informação de uma profusão de escândalos de corrupção. Aquilo que por muito tempo se insinuava e cochichava pelos cantos resta provado de forma nua e crua. Políticos, empresários, servidores públicos, atravessadores têm contra si gravíssimas denúncias que vão desde a malversação do dinheiro público até o banditismo do assalto ao erário e às empresas estatais através dos cartéis e licitações viciadas que levam às nuvens os preços das obras e serviços públicos e, com isso, drenam dinheiro sujo que as quadrilhas lavam através de doleiros criminosos e esquemas ramificados em paraísos fiscais.

Todos os dias chegam informações novas. O mensalão, esquema grave que levou figurões do governo e empresários para a cadeia chega a parecer coisa banal diante dos fatos em apuração pela Operação Lava Jato, que apura criminosa a sangria aos cofres da Petrobras. Mas agora nos é dado a conhecer os empréstimos do BNDES – banco oficial destinado a fomentar o desenvolvimento brasileiro – a Cuba, Angola e talvez a outros paises, em condições supostamente vantajosas (para eles).

            Tempos atrás, quando ainda não se conhecia a magnitude dos problemas na Petrobras, dizia-se que o estouro do BNDES poderia ser maior. Oxalá esse vaticínio não seja verdadeiro. Seria uma decepção a mais saber que, por alguma razão, o banco destinado ao desenvolvimento brasileiro está desviando nossos recursos para o exterior e, além do mais, em condições desvantajosas. Nada justifica deixar de investir aqui para fomentar o desenvolvimento lá.

            E agora, para que os malfeitos não fiquem apenas no terreno dos políticos partidários, nos esquemas que financiam suas milionárias campanhas eleitorais e no enriquecimento ilícito, explode o escândalo do futebol, onde brasileiros são protagonistas principais. É muita sujeira para ser varrida ao mesmo tempo. A milionária CBF, que congrega um futebol com a maioria dos times em má situação financeira, precisa ser revista. A corrupção não perdoa nem o futebol, outrora (e talvez ainda hoje, apesar dos pesares), paixão nacional.
    
        Ontem vimos as comunidades evangélicas, no decorrer da sua “Marcha para Jesus”, pedirem o fim da corrupção. Pronunciamento dessa ordem tem sido uma constante em todos os púlpitos, independente da religião que professam. Oremos que por inspiração divina, os responsáveis pela condução de nossa sociedade tenham forças para varrer a canalhice e a ladroagem da administração pública e futebolística nacionais. Somos um grande país e precisamos nos transformar, ainda, numa grande, promissora e honesta sociedade. Que Deus nos ajude...
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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