Artigos / Airton Reis

30/05/2015 - 18:30

Música e futebol

                Uma prosa em repente virtual. Uma rosa despetalada em cidadania mundial. Um cravo ferido pela mesma mão que outrora afagou. Um rosto que em imagem o tempo desfigurou. Um posto presidencial nem tão vitalício assim. Um imposto imoral para você e para mim contribuinte, ouvinte, eleitor e torcedor enganado numa balela sem fim. Uma pátria amarrada além dos cordões de uma chuteira ora acelerada a cento e vinte pelo mesmo pé pesado. Um radar ligado. Um infrator multado. Um fato publicado aquém de um folhetim.

                Uma torre de marfim abalada. Uma vergonha internacional comentada. Uma página de jornal desfolhada. Uma confederação sorrateira. Uma pátria brasileira. Uma bandalheira continuada em samba sem qualquer canção. Uma ratoeira desarmada com a perspicácia profissional em vinte quatro horas de plantão. Uma fatia do mesmo bolo confeitado e degustado de ponta a ponta. Um time de faz de conta. Um jogador em contusão. Um goleiro “frangão”. Um atacante artilheiro em mais de uma seleção. Um campeonato ao som orquestrado pela chamada senhora idosa com o sobrenome de corrupção institucional. Um povo brasileiro sem a devida representação política e social. Muito mais do que uma questão de cultura nacional.

                Opinar é legal? Música clássica ou música regional? Futebol no Brasil ou bolada internacional? Gosto não se discute. Rosto nem sempre com a cara pintada. Alma nem sempre lavada. Moral ilibada. Ética aplicada. Placar de uma temporada. Torcida mais do que organizada. Quadrilha flagrada. Meandros de uma verdade aos quatro cantos da mídia revelada.

                Pega essa bola senador Romário chuta e marca certeiro para o povo brasileiro, um gol em falta já marcada aquém do apito de um juiz uniformizado. Aponte em CPI ou CPMI o afronte desse derrame em nada inconfidente. Mostre ao mundo que no Brasil tem parlamentar decente, e, docente quando o assunto é bola no pé além de uma pelada na praia. Basta de “maracutaia”. Maragangalha só Análha quem sabe visitou. Dorival Caymmi escreveu, interpretou e gravou. Nós ouvimos e aplaudimos a letra, a música e o compositor.
               
 Só sabemos que a música e o futebol é no Brasil uma paixão sem ponto final. Só comentamos o que lemos além de uma página policial. Afinal, quer queiram quer não, neste sertão desbravado pelo bandeirante Paschoal Moreira Cabral, e, bem como em todo o litoral deste imenso país continental a verdade pode ser tardia. Todavia, tal qual a liberdade ela é página continuada mesmo depois de toda e qualquer alforria. Em prosa ou em poesia. Cá em Mato Grosso, cantam mais de uma cotovia. Lá para a Papuda também vão os corsários de toda e qualquer pirataria.

                Acima cinco parágrafos escritos a luz do dia. Apenas uma prosa destinada ao deleite dos leitores indignados com a mesma bola fria lançada em nota quente na mídia que, mais uma vez, nos informa que no Brasil o gato escaldado nem sempre tem medo da água fria. No mais, bom dia e até um próximo encontro em poesias ou prosas publicadas. Páginas viradas! Músicas imortalizadas. Futebol? Mamão verde em marmeladas!
“Eu vou pra Maracangalha eu vou/Eu vou de uniforme branco eu vou/Eu vou de chapéu de palha eu vou/Eu vou convidar Anália eu vou/Se Anália não quiser ir eu vou só/Eu vou só eu vou só/Se Anália não quiser ir eu vou só/Eu vou só eu vou só”. (Maracangalha – Dorival Caymmi).
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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