Artigos / Airton Reis

24/05/2015 - 08:27

Honra e honestidade

      “Honra: Eis uma palavra abrigada no coração dos que cultivam a liberdade. Deus, nosso Pai, em verdade, não nos abandona em nenhuma ocasião. Nós, humanos, criados a sua imagem e semelhança, é que nos esquecemos da Sua Justiça enquanto nos distanciamos da Sublime Perfeição”. (Airton Reis para Jucyara Costa Sortica de Souza).

       Quantas letras trocadas pela vaidade? Quantos cordeiros desviados de um rebanho chamado humanidade? Quantos princípios morais legados em prosperidade? Quantos famintos além do pão de cada dia? Quantos revestidos pela máscara da hipocrisia? Quantas farpas fomentadas pelos corações aflitos pela mesma ventania? Quantos disparates trocados em balelas sem qualquer valia?

       Levantamento numérico e em nada pessoal. Pavimento maculado por mais de um vendaval. Trovoada dos raivosos pela natureza em nada racional. Para-raio dos desprovidos do amparo mais do que judicial. Vazante por vezes emocional. Diamante sem qualquer lapidação de cunho existencial. Troca de favores em prisma institucional. Demérito por vezes mais do que literário e gramatical. Porta e portal. Poesia e prosa depreciada em página publica em jornal. Dois pesos e duas medidas em nada casual.

      “Airton você escreve demais. Morre um ali e você em condolências opina. Seu texto é cansativo, pois abusa por demais da rima...”. Críticas que recebemos sem qualquer desafeto exacerbado. Escrita e escritor. Conto e autor. Cada qual com o seu estilo nem sempre edificante. Cada um com o seu grilo nem sempre falante. Nem todo boiadeiro sabe tocar berrante. Nem toda palavra se faz vazante. Algumas são colocadas de escudo em nada medieval. Outras permeam a lâmina de uma espada forjada no irreal. Feliz a literatura que abriga sem qualquer constrangimento as páginas de uma ficção. Triste a cultura quando os seus interesses são permeados pela ostentação.

       E a honestidade, por onde andará? Viverá ela numa cidade chamada Cuiabá? A honestidade não precisa de casa para se abrigar. Ela, como os pardais, tem asas, sabe voar. Ela, como conduta, não se omite em nenhuma ocasião. Ela, como palavra, também é fonte de inspiração. Ela, enquanto virtude, sabe dizer sim e não. Ela, mesmo sem dedos, vale por mais de uma mão estendida. Ela sempre floresce para frutificar. Ela se comprova pela valência de um olhar. Ela não se perde em qualquer caminho mesmo que pedregoso. Ela é dos tesouros da alma o mais valioso.

       Com ela e por ela lutam os que labutam sem esperar o reconhecimento instantâneo ou imediato. Com ela e para ela se convergem até mesmo os que guspiram no mesmo prato que comeram. Ela é trato sem qualquer tratado que romperam. Ela é uma conduta humana que muitos já se esqueceram. Ela vive sempre de prontidão mais do que fundamental. Ela ora é conduta, ora é condição primordial. Ela é herança mais do que familiar. Com ela nem mesmo os brutos podem acabar.

       Chove granizo. Arrasa o tufão. Eclode o vulcão. Treme a terra. E nós humanos continuamos em guerra sem prenúncios de pacificação. Honra ferida? Honestidade perdida? A quem recorrer de imediato? Voltamos à fonte ou prosseguimos na correnteza do regato? Espelho, espelho meu há neste mundo um cidadão melhor do que eu? E o espelho responde sem pestanejar: Sim! Ele está na sua consciência que somente você pode melhorar.
      
 Falta memória? Falta glória? Faltam algumas páginas da história? Vamos escrever. Vamos opinar. Vamos crer. Vamos nos civilizar. Ainda há tempo! Sem mágoa, sem rancor e sem qualquer calúnia, injúria ou difamação. Deficiências? Encontraremos se não a cura, a espiritual consolação. Mesmo que publicamente desqualificado por quem não merece a nossa tréplica, continuamos obreiros livres em mais de uma opinião. Honra e honestidade: Uma só verdade, uma mesma direção.
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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