Artigos / Airton Reis

02/04/2015 - 20:39

Brasil em cantos mil

E o Sol da liberdade se ocultou no céu da Pátria neste e naquele instante. Em teu seio a humanidade desafia a nossa vida, diferencia a nossa morte de governante em governante. Ó Pátria alarmada! Ó Pátria abandonada! Ó Pátria amada! Salve! Salve!
      
Brasil, um fato intenso, uma fatalidade explícita. De amor e de esperança a República Federativa carece.  Gigante sem qualquer Golias no Palácio da Alvorada. Ética, moralidade e probidade pública e privada mais do que observada: É direito, é dever de uma mesma Constituição Federal promulgada.
      
O teu passado, o teu presente e o teu futuro por lei devem espelhar essa grandeza nem sempre constatada. Terra abençoada, tu és uma só Nação. Ó Pátria mais do que idolatrada em mais de um verso, em mais de uma canção. Dos filhos e das filhas ignorados em caos urbano e rural tu és o pai outrora varonil, tu és a mãe nem sempre gentil. Tu és o nosso País além de um muro palaciano, Brasil!
      
Deitado eternamente em lápide política. Sepultado diariamente em mais de um epitáfio social. Prossegues ao som do ar e à luz de uma mesma instituição republicana conturbada por mais de um vendaval. Fulguras ó Brasil clarão da América deveras irmanada pela solidariedade em bloco continental. Por que prossegues ocultando o Sol do Novo Mundo em mais de uma desigualdade regional?
      
Do que vale a Primavera sem acolhida do Verão? Do que vale o eixo constitucional sem rotação? Do que vale qualquer beijo sem a face para despedida? Do que vale o Hino mais do que secular sem a Pátria altiva? Do que vale a Bandeira hasteada a meio mastro de um mesmo pavilhão? Do que vale um rastro de incompetência no comando da Nação? Do que vale um papel timbrado pelo mesmo Brasão? Em versos selamos a nossa indignação. Em cantos bradamos por mais de uma inclusão.
      
Brasil do amor fraterno seja mais do que um símbolo. E diga ao verde louro dessa flâmula nacional: Paz no presente institucional e justiça em todo e qualquer dispositivo legal.   
      
Mas, se perdes a justiça para a clave forte, veras que mais de um filho teu viveu e vive na mesma exclusão. Mas, se perdes a paz, segue sem rumo e sem norte. Destino ou sorte? Mãos à obra ou mãos ao alto sem qualquer encarte? Quem te maltrata? Quem te assalta? Quem te mata? Quem te engana? Quem te enaltece? Quem te enriquece? Quem te expropria? Quem te reduz? Quem te amplia? Quem te conduz? Quem te guia? Quem te salva? Quem te ignora? Quem te educa? Quem te explora?
      
Terra abandonada entre outras mil, tu és o nosso Brasil. Ó País republicano, dos filhos e das filhas deste e neste território, tu és o solo, tu és o lábaro estrelado em cantos mil. Quem espera acontecer? Quem vacila em te defender? Quem te ama pra valer? Quem prevarica ao te governar? Quem vai embora antes do Sol raiar? Quem faz a hora de um novo despertar? Vamos procurar! Vamos encontrar! Vamos construir! Quem sabe faz a hora, não espera o barco afundar!
      
Tu Brasil ainda verás que mais de um filho teu não foge a luta e brada pela autêntica cidadania. Nós ainda saberemos quem te macula pela falsa, fútil e famigerada democracia. Vinde a nós os contribuintes da tua grandiosa soberania. Sem demora, sem desvios, sem atalhos, sem qualquer hipocrisia.
      
Brasil em cantos mil, nós vamos poetizar. Brasil em cantos mil, nós vamos musicar. Brasil em cantos mil, nós vamos te elevar. Brasil em cantos mil, nós vamos te exaltar. Brasil em cantos mil, nós vamos te lapidar. Pedras polidas, arestas aparadas, agora e para sempre nós vamos te edificar!
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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