Jornal Oeste

Lamentável o trecho da fala do Sr. Juarez Costa, prefeito de Sinop, em seu discurso durante a abertura do Ciclo Gestão Eficaz promovido pelo Tribunal de Contas do Estado cuja primeira etapa do ano de 2015 teve início hoje 19 de março na capital do nortão.

O nobre prefeito, apesar de seu tempo de vida pública, demonstrou conhecimento raso acerca das atribuições das Controladorias Internas, notadamente as dos Municípios.

Não somos extensões do Ministério Público ou do Tribunal de Contas, mas sim, estamos inseridos no rol dos legitimados Constitucionalmente, a exercer e auxiliar o Controle da Administração Pública, uma singela leitura do art. 74 da Constituição Federal de 1988 dirime quaisquer dúvidas.

A resistência ao Controle Interno na maioria das cidades se dá justamente por parte daqueles representantes do povo que agem com o intuito de mal gerir a coisa pública a qual deveriam receber como verdadeiro sacerdócio zelando pelo bem comum e fazendo com que a correta aplicação do dinheiro público traga, dentre outras coisas boas, desenvolvimento aos seus Municípios.

De outro modo, a história não nos mostrou nada diferente, pois mesmo após 25 anos da promulgação da Lei Maior, e ainda com muita insistência do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso – sob o risco de reprovação de contas – os gestores municipais instituíram as Controladorias Internas Municipais em seu âmbito.

Então, nobre prefeito, a manutenção da Controladoria Interna Municipal não é uma benesse estendida, mas sim, uma imposição legal e necessária à correta aplicação do dinheiro da população. Somos organizados, pois somos uma carreira típica de Estado, ou seja aqueles cargos inerentes à própria existência dos Entes Federados.

Não temos dúvidas de que, se a cidade de Sinop muito orgulha aos matogrossenses com seus índices chineses de crescimento, isso se deve principalmente ao fato de possuir controles adequados em todos os níveis de seu sistema e não apenas ao suposto brilhantismo político deste ou daquele eleito.

Não somos amigos, muito menos inimigos dos gestores, nosso trabalho enquanto Auditores e Controladores é em prol da correta aplicação dos recursos públicos nos Municípios deste Estado.