Artigos / Airton Reis

17/03/2015 - 11:27

Pavilhão brasileiro: Salve!

Distante. Distorcido. Dissimulado. Três dimensões de um Governo em nada promissor. Três constatações de um Povo trabalhador. Trilogia da decadência institucional continuada. Palácio do Planalto no horizonte da Pátria saqueada. Eles e nós: Pessoas num mesmo tempo verbal. Nós e eles: População e popularidade real.
       
Hora da verdade. Minuto do brado pela equidade. Segundo do grito pela honestidade. Quem caminhou revestido de cidadania? Quem despertou com fome de democracia? Quem inviabilizou os rumos da economia? Quem continuará de barriga vazia? Demagogia no Atacadão. Hipocrisia nos percalços da mesma Corrupção.

       Livrai-nos dos bilhões desviados. Socorrei-nos ao menos enquanto Estados federados. Apontai-nos os verdadeiros culpados. Olhos arrevesados. Mãos sorrateiras. Maniqueísmo e rasteiras. Comissões e gestores. Senhoras e senhores. Simpatizantes e apaziguados. Organizados, falantes ou calados? Acomodados, reticentes ou dormentes?

       Trinômio dos descontentes. Valetes, Damas ou Reis inconseqüentes? Castelos de cartas marcadas. Vento e ventania. Meia noite. Meio dia. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Vamos ficar! Vamos reclamar! Vamos reformar! Vamos rebater! “Esperar não é saber”.

       Enquanto isso, nós outros pagaremos pelas urnas em perpetuados devaneios. Depois disso, eles os governantes, clamam em alto e bom som: “Os fins justificam os meios”. Metástase mais do que federalizada. Navalha na carne? Quem afirmou que toda nudez será castigada? Quem proclamou a República Federativa do Brasil com data e hora marcada? Quem maculou o País além dos muros dos Palácios do Planalto e da Alvorada?

       Responda-nos Pátria Amada. Salve-nos enquanto sociedade acuada. Mostrai-nos a sua cara nem sempre lavada. Ouça os gritos oriundos em mais de uma marcha pacificada. Dai-nos o justo na medida da perfeição sincronizada. Queremos o que é de direito. Cada qual em seu jeito. Cada um em seu dever. Cada ente em sua obrigação. Cada brasileiro um cidadão. Cada governo menos circo e mais pão. Cada eleitor responsável pelos saques sorrateiros continuados em mais de uma ocasião.

       Pelo sim, pelo não, marchamos e marcharemos movidos por um mesmo ideal. Já se foi o tempo de uma coroa imperial. Já nos presidiram mais de um marechal. Já nos privaram da liberdade em tempo real. Não há mais espaço para o banal. Não há mais motivo para o trivial. Agora e doravante um Povo em sentinela. Bateremos de panela em panela. Buzinaremos de caminhão em caminhão. Cantaremos o Hino Nacional em capela e em coral pela urgente moralização. Dilma em três dimensões: Nós avistamos! Eles avistarão!
   “Alocução à bandeira”: ...Aqui nos reunimos para dizer que acreditamos em ti, na tua destinação de símbolo da nacionalidade. Aqui, e na festa das tuas cores, renovamos à tua presença, os solenes compromissos comuns.

De absoluta limpidez na honra. De absoluta exação no dever. De absoluta imparcialidade no juízo. De absoluto rigor no julgado. De absoluta submissão à Lei. Aqui nos reunimos para manifestar-te obediência completa e horror a tudo o que atraiçoe, a tudo que te conspurque, a tudo que te comprometa. A mentira e a injúria. Ao furto e à violência. Ao compromisso e ao negócio. Ao embuste e a opressão. Recebe Bandeira, o nosso juramento: Se não pudermos ter-te por manto, desejamos-te por sudário! Sede bendito, Pavilhão Brasileiro! (
Jânio Quadros, 18.11.1953).
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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