Artigos / Airton Reis

28/02/2015 - 12:30

Cuiabá: Três vezes cem!

Conta de um conto secularizado. Porto de um rio outrora comercialmente navegado. Lontra sem brilho e sem banhado. Cuiabá capital de um Estado federado. Cuiabá do povo miscigenado. Cuiabá da cultura por tradição. Cuiabá do guaraná ralado à mão. Cuiabá da rede de algodão. Cuiabá da paçoca de pilão. Cuiabá pepita do sertão. Cuiabá do ouro de aluvião. Cuiabá Hino e Brasão. Cuiabá Bandeira em Pavilhão.
      
Cuiabá dos nativos habitantes. Cuiabá do Araés e dos navegantes.  Cuiabá do Mundéu e dos Bandeirantes. Cuiabá dos cativos escravizados. Cuiabá dos barões assinalados. Cuiabá do Baú e do Poção. Cuiabá do Coxipó e do Areão. Cuiabá das entradas e das bandeiras. Cuiabá margeada em fronteiras. Cuiabá centralizada em geografia. Cuiabá avistada em poesia. Cuiabá florida em ipês. Cuiabá em Data com hora, dia e mês. Cuiabá, 08 de abril de 2019: Trezentos anos de história a clamar por mais do que qualquer registro institucional.
    
  As mesmas casas, os mesmos casarões na área central. Vila outrora Arraial. Igrejas e capelas do povo cristão em fé universal. Morros e colinas. Becos e esquinas. Ruas e Avenidas. Mato Grosso, Dom Bosco e Dom Aquino. Lendas e ladeiras. Minhocão do Pari. – Veículo Leve sobre Trilhos? Ainda não vi! Sumiços e aparições. Denúncias e prisões. Questionamentos e indagações. Provimentos e petições. Prosas, versos e versões.
      
Outras Praças, outros logradouros. Políticos veteranos e calouros. Pausa para um café em gabinete refrigerado. Café de fedegoso adocicado. Cuiabá nome honroso escrito e pronunciado. Cuiabá em passado ilustrado. Cuiabá em tempo cultural cronometrado. Cuiabá em espaço urbano recortado. Cuiabá Cidade Verde sim senhora e sim senhor. Cuiabá do povo acolhedor. Cuiabá do Excelentíssimo Governador Pedro Taques em promissora administração. Cuiabá em bis e em refrão.

      Toca a viola de cocho. Ecoa o ganzá. Repica o mocho sem parar. Cuiabá tem o que comemorar. Cuiabá tem corpo, alma e coração. Cuiabá é Centro Geodésico em mais de uma integração. Cuiabá é verso em poesia que se faz canção. Cuiabá é cidadania em mais de uma ocasião. Cuiabá é melodia musical. Cuiabá é Miguel Sutil e Paschoal Moreira Cabral. Cuiabá é Brasil e Mato Grosso. Cuiabá é carne de pescoço. Cuiabá é cerne de aroeira. Cuiabá é cidade hospitaleira. Cuiabá é pólo regional. Cuiabá é meandro do Pantanal. Cuiabá é rio em agonia ambiental. Cuiabá é mais do que uma promessa eleitoral. Cuiabá é o crescimento vertical e horizontal. Cuiabá é a urbanização deveras concluída. Cuiabá é a violência de fato e de direito contida. Cuiabá é a terra prometida. Cuiabá é o porto mais do que fluvial. Cuiabá é o portal da Amazônia Legal.

      Temos as trancas, e, temos as tramelas. Temos as mansões, e, temos as favelas. Temos a ordem, e, temos as mazelas. Temos o progresso, e, temos as sentinelas. Temos os números e temos os numerais. Temos as letras e temos os imortais. Temos os governantes atuais. Temos os parlamentos e temos os tribunais.  Temos o público e temos o privado. Temos e seremos mais do que um povo civilizado. Teremos três vezes cem mais do que multiplicado. Mãos à obra. Pé na estrada. Cuiabá além de uma página virada. Cuiabá polida, Cuiabá lapidada: Vamos erguer, vamos exaltar. Cuiabá três vezes cem: Vamos planejar!

      “(...) – treis vez quatro doze... – ocê tamém num vai ficá de raiz de tomate na latrina... alembra da precisão dosôtro!”. SILVA FREIRE, (1928-1991), em “Recontando o embalo da taboada”.
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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