Artigos / Pedro Cardoso

22/02/2015 - 09:12

Começou o desgoverno federal

Quando se criou o instituto da reeleição, o objetivo fundamental seria a chance de continuidade de uma boa gestão. À época houve várias críticas fundamentadas em razão do governo em exercício, Fernando Henrique Cardoso, se beneficiar dessa inovação. Alegava-se que no primeiro ano seria para tomar pé das dívidas e problemas do governo anterior; no segundo para apresentar os projetos, no terceiro para perceber a inviabilidade de conclusão das metas por falta de tempo; e no quarto para arrumar as malas.

Submetido ao crivo popular, a manutenção de um governo dependeria da identidade e aprovação para dar continuidade às suas ações. Nada melhor do que seguir a mesma linha ideológica e, principalmente o mesmo partido político. O Brasil é realmente um país que atropela todas as lógicas e nenhum desses argumentos se aplica ao governo federal nos últimos 12 anos.

Como castigo pelo oportunismo de aprovar a reeleição para si, o Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB conseguiu apenas a primeira reeleição possível no Brasil.

Não se pretendia uma mudança apenas de gestores, mas uma alteração profunda de um modelo de administração reinante há séculos. Mudou muito; muito para pior.

Todos os seus equívocos iniciais eram atribuídos à “herança maldita” deixada pelo PSDB. Não tiveram nem a inteligência de atribuir culpa ao histórico administrativo que, em tese, poderia justificar a demora nas mudanças estruturais.

Não se combatiam as malfeitorias; bastava dizer que no governo FHC também tiveram. Qualquer mau resultado não era corrigido, pois seria suficiente apontar maus resultados do anterior. Disseminou na tão combativa e politizada base petista que equívocos não precisam de correção, desde que tivessem sido também cometidos por outros.

Essa política deu quatro mandatos ao Partido dos Trabalhadores - PT. Neste quarto, as maquiagens não se sustentaram. Nesse caso, valeu a frase famosa de que não se engana a todos o tempo todo.

Em 1º de janeiro veio a posse e foi tudo o que aconteceu. Como sempre, repetiu-se o blablablá e nada mais. Há um consenso na sociedade de que o modelo de muita mentira passando por verdade se esgotou. Todas as medidas anunciadas são incoerentes por si.

Qualquer pessoa, em sã consciência, sabe que a sujeira e desarrumação de uma casa depois de morar nela por 12 anos não podem ser de nenhum ex-morador.

Tudo que este novo governo fez de melhor foi escolher um ministro da Economia que, após aumentar tudo, o seu grande feito foi tranquilizar o mercado com a promessa de “crescimento” abaixo de zero neste ano.

Isso prova incontestavelmente que este governo apenas tomou posse, mas está administrando seu próprio desgoverno. E como sempre foi dito pelo PT, não há ilegalidade alguma, mas só pode governar quem tem legitimidade e, definitivamente, nem um fanático defende mais esse defunto-vivo.
Pedro Cardoso

por Pedro Cardoso

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
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1 comentário

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  • por Virdes Costa, em 24.02.2015 às 10:08

    O artigo acima mostra o descontentamento de uma classe que perdeu o poder e pela vontade absoluta do povo brasileiro não volta tão cedo. O autor afirma um desgoverno e que tudo está muito pior que antes,"12 anos atrás" mas ele tem memoria muito curta, basta lembrar das crises e os socorros dado pelo FMI ao país, lembrar que no inicio do governo do FHC a gasolina custava 0,53 centavos o litro e oito anos depois subiu para 2,64 e nesse governo de 12 anos subiu de 2,64 para 2,93, só ouve um pequeno aumento já no décimo terceiro ano de mandato do PT, esqueceu de observar os avanços que tivemos em vário setores da economia e o grande crescimento que tivemos em nossa cidade , posso citar alguns para que não fique muito vago minha fala: construção de quase três mil casas populares, vinte e dois bairros asfaltados, fortalecimento do comercio através de linhas de créditos com juros baixíssimos e muito mais, portanto esse senhor que não é de Cáceres, mas parece que também não conhece a historia recente desse país.

 
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