Artigos / Wilson Fuá

19/01/2015 - 09:04

Dividir o mesmo espaço

Quando uma união ou um relacionamento com os seus desgastes ultrapassa o entendimento lógico e as partes passam agir pelo poder do individualismo, cada um passa a efetuar julgamentos apressados: não buscando a entendimento antes de criticar, de amar a outra parte com as suas falências de erros e acertos; antes de odiar sem méritos as pessoas que até aproximam do merecimento e por isso, deve serem perdoadas. Talvez agindo com o olhar do entendimento, a vida a dois seria muito melhor, talvez o mundo dos casais fossem bem diferente, ao aceitar relacionar apenas por amor, e viver na simplicidade de habituar-se, a dividir o mesmo sentimento e o mesmo espaço sem individualidade. 

As indecisões retardam uma separação por comodismo, mesmo em alguns casos irreversíveis, e esse retardamento, fatalmente levará a acúmulos erros , mas muito preferem viver de aparências, optam em viver em busca de soluções impraticáveis e vão adiando a separação patrimonial e vão seguindo por caminhos das facilidades momentâneas pouco confortáveis, mas que na verdade o sentimento de amor a muito já virou a esquina, e estão já estão separados por falta de amor. E as decisões adiadas são desaparecidas pelo domínio do sossego aparente ou para não querer quebrar as rotinas, preferem fazer o que é de praxe, desprezando a possibilidade de diálogo para definir por aquilo que a muito tempo já acabou.

O hábitos trazidos do individualismo, são os maiores indutores para os desacertos do viver em forma de casal, sem tolerância e desapegos, inevitavelmente provocam incompatibilidade de hábitos ou vícios, com isso os desacordos e as decisões individuais desenvolvem o perfil pessoal da separação, pois é nesse caso, que começa o rompimento e em alguns casos, essa decisão da separação é a melhor solução. Às vezes o espaço entre duas pessoas, apesar de estar muito próximas, mas já vivem separadas pelos pensamentos, estão muito longe e projetam objetivos pelos lados opostos, e nesse estágio os prejulgamentos passam a fazer parte da rotina, a força do sentimento e a luz do bom relacionamento vai ficando cada vez mais fraca até apagar definitivamente. 

O importante é saber selecionar as atitudes ou saber quando se devem interromper um relacionamento ou se é conveniente ou inconveniente continuar repartindo sonhos e vida a dois. Nada acontece por acaso. O que tem que ser será, não adianta forçar situações, nem tão pouco fazer suposições, analisando o que não aconteceu ou se porventura tivesse acontecido. O racionamento sobre pressupostos ou fracionado por pequenas mentiras transformam a vida a dois em imagens quebradas, porque as pessoas para manter as aparências vivem num mundo invisível onde a escassez de sentimento amoroso predomina. 

Viver a dois é saber administrar os contrastes que a vida produz a cada passo encalço. O importante é saber optar por tudo que acrescenta em forma de crescimento pessoal. Saber escolher o que há de melhor para o convívio simples e prazeroso, vivendo como se todos os dias fossem especiais, produzindo aquele estado de prazer por estar juntos, sendo adulto nas ações sempre com o coração aberto às mudanças ou dispostos conhecê-las, por que quando não há amor, a separação deixa de ser o último recurso para ser o principal decisão a ser adotada. 

O desgaste transforma o sentimento de agradável para a animosidade insuportável, porque junto com esse ato sem retorno, mas em nome de manter as aparências, com certeza produzirá intolerâncias e desrespeito em forma de dores e tristezas, e a grandeza de uma cama fará parte de uma derrota a dois e de uma união onde nunca houve amor, porque só o amor uni e completa os sentimentos, transformando dois seres em um só.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
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