Artigos / Airton Reis

20/12/2014 - 13:37

Operação edição esgotada

      Números, títulos, notas, fontes e chamadas. Oficinas investigadas. Palavras em nada cruzadas. Colunas e linhas publicadas. Circulares em circulação. Substantivo, feminino, singular. Verbo grafar conjugado por mais de uma pessoa. Gente boa. Gente gentil. Gente de Mato Grosso. Gente do Brasil. Eleitor e leitor. Postulante e editor. Política e politicalha. Sarrafo e calha. Espiga na palha. Donos e associados. Deputados e denunciados. Trocos sem trocados. Trocadilhos desviados.

      Operação limpa banco sem salão. Operação lava tudo com detergente, água sanitária e sabão. Operação apuração. Operação dedo duro destroncado. Operação capa de livro compilado. Operação cifrão adulterado. Operação caça culpado. Operação equacionada. Operação super faturada. Operação multiplicada em progressão geométrica. Operação sintática e sintética. Operação analítica e gramatical. Operação ortográfica e literal.

      Operados e operadores. Onerados e infratores. Acusados e violadores. Lei burlada aquém de um ato ilícito para eleger. Página continuada pelo verbo corromper. Disse me disse desfolhado em direito, em obrigação e em dever. Contas para pagar. Contas para receber. Contas para camuflar. Contas para despistar. Contas para enriquecer. Contas para super faturar. Contas para fraudar. Contas para calcular. Contas para apurar. Contas para fiscalizar. Contas para avaliar. Contas para contar. Contas para discorrer.

      Quem vai ler? Quem vai sentir? Quem vai ser preso provisoriamente? Quem tem antecedente? Quem tem culpa no cartório? Quem se faz de oratório? Quem se diz orador? Quem se torna maquiador? Quem se veste de santinho do pau oco? Quem é o amigo da onça da Serra do Roncador? Quem se passa por espertalhão? Quem abona as artimanhas do “poderoso chefão”? Quem se beneficia com mais uma delação mais do que premiada? Quem avistou a luz no fim de um túnel de uma estrada não duplicada?

      A mão que leva será a mesma mão que lava? A moeda que circula será a mesma moeda confiscada? Com quantas palavras se faz um acordo sorrateiro? Com quantas letras abreviadas (em inglês) se identifica um popular banheiro? Não é uma hora do solitário trono diário. Não é o instante do café em bule requentado. Não tem o pão do dia? Comemos o pão torrado. O forno continua ligado. A chapa também está aquecida. Estala um ovo. Derrete um queijo mozarela. Frita uma fatia de mortadela.

      Enquanto isso, a água na chaleira em ebulição. Enquanto isso, a carne de terceira contínua na panela de pressão. Se tiver costela, lambe o beiço e nos chama para a mesma degustação. Por hora, o limitado espaço pede a urgente finalização. Por hora, mais uma operação em novel denominação... Por hora, mais de uma edição esgotada da famigerada e continuada corrupção.      

      Quem continua com fome de leitura deveras salutar? Vamos ler juntos. Vamos nos fartar. E quem não encontrar para comprar? Empresta do vizinho. É só um minutinho. Vale a pena nos informar. Tem Internet? Se sim, não estamos a sós e nem muito menos mal acompanhados. Haverá inocentes? Haverá culpados! Estamos com o jornal na mão. Estamos com o próximo livro no prelo aguardando a impressão. Em qual gráfica? Não contamos não! Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realização!
Airton Reis

por Airton Reis

É poeta em Mato Grosso
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