Artigos / Wilson Fuá

18/05/2018 - 08:40

Os dois extremos da existência

                Durante a nossa existência, desfrutamos  de diferentes experiências   sempre entre os dois extremos da existência, ora de intensos  questionamentos e descobertas,  ora de significativa maturidade e calmaria, em consonância com a fase  em que vivenciamos.

                Quando jovens, pensamos em aproveitar a vida ao máximo, sorvendo cada  minuto como se fosse o último. Ao passo que na  fase madura quase sempre nos assusta, e com o adiantado  do tempo decorrido e enfrentamos dificuldades para entender e assimilar  o final de ciclo que paulatinamente  se aproxima. 
          
    Quando as pessoas  envelhecem,  se tornam introspectivas e se voltam  para o passado, tentando de alguma forma reativar e usufruir toda beleza e alegria  “experenciada” no tempo passado, buscando desenvolver  recursos internos para enfrentar  o futuro,   que  traz  em si  a incerteza e a verdade existencial que limita e delimita as novas etapas futuras.

                  Os idosos   geralmente  projetam o futuro bem como suas realizações   na perspectiva familiar  que o cercam: na pessoa  dos filhos,  netos, bisnetos, buscando identificar e alcançar seus objetivos, realizações e satisfações  nos  projetos de  vida  traçados  pelos entes familiares próximos. 

                 Por outro lado, para os jovens a morte é um tema remoto e muito distante, e está mais preocupado em viver seu momento intensivo de vida. A existência  para eles é  infinita  e traz latente em seu bojo a alegria e a vitalidade existencial, própria  desta fase, rica em determinação, coragem e intensa  em expectativa de realizações.  

                Para os idosos, a  sensação é que a caminhada pode ser interrompida  a qualquer tempo em função  do extenso percurso decorrido. Assim,  frente ao tempo limitado que se apresenta, passam a olhar   em  direção à  janela do passado, revendo  fatos importantes  e se alimentando de experiências  que  geralmente  os motivam e conferem  mais sentido ao seu  caminhar. Quase sempre vivem de retrospectivas, fixos às  experiências que deram mais sentido a sua vida, tentando dessa forma driblar  os desafios impostos  pela idade e  que se ampliam  dia após  dia. 

                Apesar da  morte constituir um fato natural, certo, inevitável, comum e indistinto a todos, ninguém  se prepara para recebê-la.  O medo  do desconhecido e da derradeira  viagem desencadeia as  sensações   de inseguranças  e apegos que prejudicam a caminhada espiritual das pessoas.

            Apesar dos   “reencarnacionistas” defenderem a tese que a vida não acaba com a morte, e que esta é  a libertação  do corpo material e que a vida prossegue, comumente  se observa,  que na realidade ninguém esta preparado para dar esse passo, de retorno definitivo  à   pátria  espiritual.
Wilson Fuá

por Wilson Fuá

É Especialista em Recursos Humanos e Relações Políticas e Sociais
wilsonfua@gmail.com
+ artigos

Comentários

inserir comentário
0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet