Jornal Oeste

Ficar esperando atendimento no SUS, aqui em Cáceres, além de ser um treinamento para paciência, é uma aula de humanidade.

Os profissionais que atendem nesse setor têm que ter uma força, um desprendimento e um amor ao próximo sem tamanho.

Tudo é desgraça. (Com exceção dos partos. Parto é lindo!)

Não há glamour. Não há beleza. Não há suporte. Visivelmente não há dinheiro.

Há gente simples (muito simples), com as mais diversas enfermidades, urgências e tragédias.

As enfermeiras, enfermeiros, médicos, médicas, residentes, auxiliares, atendentes, fazem o possível para que o público seja atendido. 

Quem aponta o atendimento como ruim não percebe o tamanho do esforço que esses profissionais estão fazendo.

Queria o Senhor Governador do Estado sentado aqui ao meu lado, nessas 3 horas que estou aguardando o médico ter uma brecha (ele está na 3ª cirurgia seguida) porque me disseram que nessa área SÓ ELE está fazendo pelo SUS.
 
Gostaria de agradecer a todos os envolvidos no meu atendimento. Demorou. Sim.
Muito.
 
Durante as horas que fiquei aguardando o atendimento, eu só vi a enfermeira do setor sorrindo e sendo gentil. Vi os residentes dando satisfação aos pacientes sobre o fato do médico titular estar em cirurgia e tranquilizando-os na espera do atendimento. Desde o meu atendimento inicial eu não tenho uma vírgula para reclamar.
 
Só a demora.

Demorou porque não tinha gente o suficiente.

E não tem gente o suficiente, porque não tem dinheiro. Basicamente é isso.
 
Manter uma máquina de saúde sem dinheiro, é necessário mais que empenho, é necessário AMOR. E hoje eu vi um tanto de amor no hospital aqui em Cáceres, que não investir nisso, não proteger isso, é um dos piores atos que pode ser feito na nossa política.

Se quem é responsável por isso não tem amor pelo seu povo, não merece o lugar que ocupa.