Artigos / Dirceu Cardoso Gonçalves

06/12/2014 - 15:16

A corrupção exige consequências

            O juiz da Operação Lava-Jato revela que uma planilha do doleiro preso envolve dados de 750 obras de diferentes setores, supostamente envolvidas em corrupção. A Polícia Federal indicia 33 envolvidos no cartel dos trens de São Paulo. Sonegadores são presos no Sul. União, estados e prefeituras e empresas estatais são palcos da mais descarada roubalheira. 

A Petrobras, nossa maior estatal e uma das principais petrolíferas do mundo, está com a imagem arranhada e começa a sofrer restrições nos mercados em função dos escândalos ocorridos em suas entranhas.

A economia nacional só vai bem nas palavras do ministro da Fazenda, pois a indústria está produzindo pouco, demitindo muito, e o crescimento do pais é nulo.

Até a previsão de alta do PIB (Produto Interno Bruto) do próximo ano está comprometida; foi reduzida de 2% para 0,8%. A sensação é de que caminhamos para o colapso.

            As notícias sobre corrupção são estarrecedoras e respingam – em proporções maiores ou menores – em toda a classe política, há muito tempo descaracterizada em ideologia ou posicionamento, mercê do regime de barganha estabelecido, onde os cargos e recursos governamentais são moedas de troca por votos parlamentares.

O Legislativo perdeu sua função fiscalizadora e os partidos tornaram-se meros coadjuvantes, muitos deles hoje manchados pela nódoa da corrupção. Milhões que deveriam custear serviços públicos de direito da população – Saúde, Educação, Segurança Pública e outros – são desviados para custear campanhas eleitorais, engordar contas numeradas em paraísos fiscais e fazer a boa vida da malfadada corte.

            Os trabalhos que a Polícia, o Ministério Público e a Justiça Federal vêm desenvolvendo na identificação dos casos de corrupção são do mais alto interesse nacional. É preciso, no entanto, que as apurações levem a reais consequências. Os corruptos de todos os níveis devem ser identificados, processados e submetidos a elevadas penas, sem gozarem dos múltiplos benefícios e recursos que incentivam a impunidade nacional.

Esses indivíduos e toda sua rede precisam ser desmascarados e ter seus bens seqüestrados para ressarcir os cofres públicos e o povo, sem prejuízo do processo criminal. É preciso todos saberem que o Brasil tem leis e – o principal -, que essas leis são efetivamente cumpridas. Do contrário, não há democracia que agüente...
Dirceu Cardoso Gonçalves

por Dirceu Cardoso Gonçalves

Tenente – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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