Artigos / Juliana Giraldini

06/11/2017 - 13:25

Padrão ?

Muitas pessoas têm dificuldade em entender coisas fora do padrão.

Explico.

Quando a gente encaixa uma pessoa dentro de um estereótipo pré-estabelecido, é muito mais fácil pré-julgar, analisar, encontrar qualidades e defeitos, porque tudo já está dentro de uma cartilha moldada, com argumentos já montados, a gente não precisa raciocinar, é só vomitar aquilo que a “maioria” já vomita e tá tudo certo. Todo mundo vai concordar.

“Ah, Ju! Por quê um texto falando disso?”
 
Porque há pouco estava conversando com uma pessoa e ela, indignada, comentou sobre uma casal de meninas, e que elas eram lindas: “Mas, nem parece sapatão (sic), são femininas, são delicadas, parecem bonecas!”
 
Aí que eu comecei a tentar explicar o tal “fora do padrão”, afinal de contas, falando sobre seres humanos, não há padrão, e tá aí o grande problema de entendimento. A pessoa não tem que ser “assim ou assado”, a pessoa simplesmente tem que ser.
 
Ser homossexual ou heterossexual não tem que encaixar em padrão nenhum.
 
Vamos lá: existem homens que gostam de mulheres gordinhas, existem mulheres que gostam de homens baixinhos, existem homens que gostam de mulheres magrelas, e mulheres que gostam de homens barbudos.

Existem homens que gostam de homens másculos, e homens que gostam de homens delicados, existem mulheres que gostam de mulheres másculas e mulheres que gostam de mulheres delicadas. Existem homens que gostam de mulheres mais velhas e mulheres que gostam de homens mais novos. Existem homens que gostam de homens gordinhos e mulheres que gostam de mulheres mais velhas, e também existem homens que gostam de homens que se parecem mulheres e mulheres que gostam de mulheres que se parecem homens. Existem homens que gostam de mulheres mais velhas, gordinhas, com sotaque mineiro e mulheres que gostam de homens mais velhos, gordos, barbudos com sotaque argentino...
 
Você percebeu as infinitas possibilidades?
 
Mas que em todas elas existe uma coisa em comum?
 
O gostar.
 
E taí o tal denominador que as pessoas têm que entender: o que o outro gosta não é da sua conta. É o gosto.
 
Se você não gosta de rabanete, não vai comer, certo?
Mas vai deixar o rabanete ali.
Afinal de contas, tem gente que gosta do rabanete.
Você não vai chegar na feira e derrubar a barraca de rabanetes.
Porque você entende que o gosto é particular.
 
Estenda isso para a vida. Toda a vida. Para todas as coisas.
 
Eu sei que é complicado entender que o mundo é muito mais abrangente do que nos foi ensinado em livros. Eu sei.

E entender que nem tudo o que foi passado por gerações é o correto.
 
Acredito que nosso grande desafio e das futuras gerações é esse: raciocinar sobre o fato de que, ao se falar de seres humanos, haja o entendimento de que padrão não existe.
Juliana Giraldini

por Juliana Giraldini

é publicitária há 20 anos. Ou como ela mesma gosta de falar, é Publicitária Rural ou Fazendeira Criativa. Há 1 ano trocou São Paulo por Cáceres e se diverte criando Logotipos e vacas leiteiras, alimentando galinhas e Redes Sociais, e fazendo queijo, geleias e Anúncios.
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  • por Andreia Deluz, em 06.11.2017 às 14:23

    Concordo plenamente!

 
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